Um homem foi abatido a tiro esta manhã no aeroporto de Paris-Orly depois de roubar uma arma a um militar do programa "Sentinela". O atacante estava referenciado pela Polícia como radical islâmico. O dia deste homem começou horas antes numa zona a norte de Paris onde atacou três polícias, ferindo um, quando estes o interceptaram para o identificar.

Estas informações foram confirmadas em conferência de imprensa pelo ministro da Administração Interna, Bruno le Roux: "O que aconteceu foi que o indivíduo foi descoberto num controlo de identidade. A sua identidade é conhecida. Ele é conhecido dos serviços da polícia e dos serviços secretos", garantiu.

As autoridades estabelecem assim uma ligação entre dois ataques que aconteceram hoje de manhã em Paris: um ataque a uma patrulha de três polícias na zona de Stains que provocou um agente ferido e posteriormente o ataque no aeroporto de Orly, com o indivíduo a roubar a arma a um militar do programa "Sentinela".

No aeroporto, o homem, ainda não identificado, mas já referenciado como radical islâmico, tentou roubar a arma a uma mulher militar, mas dão conta agora vários meios de comunicação, nunca chegou a ter o controlo total da arma. Foi aí que acabou abatido pela polícia. Não há registo de feridos deste incidente.

A história começa a ficar agora mais clara. O homem foi mandado parar pela patrulha nessa zona a norte de Paris e quando lhe foram pedidos os documentos disparou contra os agentes., ferindo um deles. As autoridades iniciaram de imediato uma caça ao homem, que fugiu num carro, depois trocou de viatura, e foi este segundo carro que foi posteriormente encontrado no aeroporto de Orly. É esta a ligação que as autoridades francesas estão a fazer.

Em conferência de imprensa sobre o ponto da situação, as autoridades confirmaram que o indivíduo já estava referenciado como um radical islâmico. O ministro francês da Administração Interna salientou o papel da polícia na resposta imediata ao ataque e garantiu a segurança dos franceses e defendeu a continuação do estado de alerta para que seja possível uma resposta mais rápida das autoridades. Aos jornalistas, referiu ainda que defende a manutenção do programa "Sentinela", um programa especial de alerta anti-terrorismo.

Também o presidente da República, François Hollande, elogiou a "coragem" da polícia e dos militares na resposta a um indivíduo que classificou como "particularmente perigoso".

Já esta manhã, a polícia levou para interrogatório o pai e o irmão do atacante, um procedimento normal, dizem as autoridades, no decurso do inquérito sobre o acontecimento.

Aeroporto evacuado. Voos da TAP desviados para o Charles de Gaulle

De imediato a Polícia francesa iniciou uma operação policial no aeroporto de Orly, o segundo maior de Paris, com a brigada minas e armadilhas a certificar-se de que o homem que foi abatido não tinha consigo quaisquer explosivos. As últimas informações referem que o homem não tinha explosivos consigo e por isso a operação terminou duas horas depois. Contudo, o aeroporto continua encerrado.

O presidente do conselho de administração do aeroporto informou que o terminal sul, onde aconteceu o ataque, estará encerrado até à noite, mas que o terminal oeste abrirá em breve.

Assim que aconteceu o ataque, o aeroporto foi evacuado, saíram quase três mil pessoas. As autoridades pedem aos passageiros que evitem dirigir-se a Orly. Alguns voos estão a ser desviados para o principal aeroporto da cidade, o Charles de Gaulle. Entre estes voos estão dois da TAP, que saíram hoje de manhã de Lisboa.

Fonte oficial da TAP Portugal disse à Lusa que o incidente está a ser tratado como "um atentado" e que apesar da TAP não operar no terminal onde aconteceram os incidentes, "todo o aeroporto foi fechado, sendo que dois voos que partiram do aeroporto de Lisboa tiveram de ser desviados para o Charles de Gaulle".

Em relação a um terceiro voo de Lisboa que tinha destino a Orly, e que já se encontrava fechado, "foi adiado pelo menos até ao meio-dia", hora até que aquele aeroporto francês estará fechado segundo as primeiras informações dadas à TAP, explicou a mesma fonte.

França está em estado de alerta contra o terrorismo e com um reforço de segurança permanente. 

É a segunda vez que um militar é atacado no espaço de dois meses. Em Fevereiro, um militar junto ao Louvre foi atacado. Esse ataque foi classificado como uma tentativa de acto terrorista.