Caixa fecha 181 agências e elimina 2218 postos de trabalho
No plano estratégico 2020 aprovado por Bruxelas está previso a redução do número de agências para 470 a 490 e um corte do número de trabalhadores para 6650. Em ambos os casos, trata-se de reduções de 25% face aos números actuais.
Estas medidas procuram atingir uma redução de 20% dos custos operacionais para um total de 720 milhões de euros, até 2020.
Segundo explica a equipa liderada por Paulo Macedo na apresentação do Plano Estratégico até 2020 - que serve de base ao plano de recapitalização de 3,9 mil milhões de euros aprovado esta sexta-feira por Bruxelas - os quatro pilares deste programa passam por reforçar a capacidade comercial do banco (prometendo melhoria na relação com os clientes); ajustar a infra-estrutura operacional e investimento nos recursos humanos (intervenção na rede e nos serviços administrativos); redimensionamento das operações internacionais (apostar em mercados estratégicos e complementares ao sector doméstico); e reestruturar o modelo de gestão de risco e governance (redução da exposição do banco a riscos de crédito, entre antigos e novos créditos).
No que diz respeito a metas, o banco público pretende atingir uma margem financeira, em 2020, na ordem dos 1100 milhões de euros, face aos 635 milhões actuais, ao mesmo tempo que estima ficar com uma quota de mercado estável nos 24% tanto nos recursos de clientes (depósitos), como no crédito total. Em termos de produto bancário, o objectivo passa por aumentar o seu peso no volume de negócio de 1% para 1,5%.
Comissões a subir
No plano de negócios para 2020, o banco público definiu como meta para as comissões que o seu peso no volume de negócio suba dos actuais 0,35% para 0,45%, o que deverá representar um aumento dos encargos cobrados aos seus clientes durante os próximos anos. Uma tendência que já se tem verificado nos primeiros meses deste ano.
Já em termos de problemas na carteira de créditos, o plano especifica como objectivo reduzir o peso dos empréstimos com mau desempenho (crédito malparado ou crédito com delinquência, sem cumprimento por parte do cliente) para metade, dos actuais 16% para cerca de 8%. Quanto aos imóveis executados por crédito delinquente o seu valor total deverá descer de 710 milhões, em 2016, para cerca de 500 milhões de euros, em 2020.
Tudo isto para atingir, em 2020, fasquias de solidez em linha com as referências definidas pelas autoridades europeias. Nomeadamente, uma rentabilidade (return-on-equity, retorno de capital) de 9% - referência teórica para a actividade começar a dar lucros aos accionistas, neste caso o Estado. Neste momento, este rácio (consolidado) é negativo na Caixa.
Em termos de eficiência, o objectivo é baixar o rácio de cost-to-income (custos sobre os proveitos) dos actuais 82% para cerca de 45%, ao mesmo tempo que o custo do risco é suposto descer de um nível superior a 0,9% (nos últimos cinco anos) para um inferior a 0,6%, na sequência das medidas implementadas nas carteiras de crédito e investimento.
Como meta final, Paulo Macedo e a sua equipa tencionam chegar a um rácio de solvabilidade de 14%, face aos actuais 11%, em sintonia com as exigências da Comissão Europeia e do Banco Central Europeu para as almofadas de solidez que os bancos deverão acumular no sentido de resistir a potenciais eventos de stress em termos económicos e financeiros.