Ex-ministro da Defesa do Japão defende compra de armamento contra Pyongyang
Testes norte-coreanos incentivaram vozes no Japão a pedirem política de defesa mais dura.
Depois de três mísseis norte-coreanos terem caído na Zona Económica Exclusiva japonesa, o Japão deveria tomar precauções, segundo membros do partido político no poder, o Partido Liberal Democrático (PLD), que defendem o desenvolvimento da capacidade japonesa para responder com um ataque preventivo à instalação de mísseis por parte da Coreia do Norte.
O país asiático tem, até ao momento, evitado adquirir armas de longo alcance como mísseis de cruzeiro, confiando no aliado norte-americano para tomar as rédeas de ocorrências militares, e à luz da Constituição pacifista pós-guerra do Japão. Contudo, a crescente ameaça de Pyongyang tem levado alguns políticos japoneses a falar no sentido contrário.
“Se nos atacarem com bombardeiros ou nos bombardearem de navios de guerra, responderíamos na mesma moeda. Seria o mesmo que atacar um país que lança mísseis contra nós”, disse Itsunori Onodera, ex-ministro da Defesa que lidera um comité do Partido Liberal Democrático, citado pela Reuters. Itsunori não é o único membro do PLD que tem incitado o primeiro-ministro nipónico, Shinzo Abe, à aquisição de material bélico. Também o presidente do conselho político de segurança do PLD, Hiroshi Imazu, apoia a ideia.
“Está na hora de termos capacidade [militar]”, afirmou Imazu. "Não sei se isso será com mísseis balísticos, mísseis de cruzeiro ou mesmo com o F-35 [caças], mas sem uma dissuasão a Coreia do Norte vai ver-nos como fracos".
Esta discussão teve início com a confirmação norte-coreana de que os mísseis lançados como teste na passada segunda-feira tinham como objectivo “atacar as bases das forças agressoras imperialistas dos EUA [em contingência] no Japão”, revelou a agência noticiosa oficial da Coreia do Norte. No mesmo comunicado estava também um aviso: “Se os EUA ou a Coreia do Sul dispararem até mesmo uma única chama para o território norte-coreano, demoliremos a origem da invasão e da provocação com um míssil nuclear".
Por sua vez, os americanos começaram, na terça-feira, a instalação antecipada do sistema antimíssil THAAD (Terminal High Altitude Area Defense), na Coreia do Sul, apesar da oposição chinesa.
“As constantes provocações da Coreia do Norte, incluindo o lançamento [de segunda-feira] de vários mísseis, confirmam a prudência da nossa decisão do ano passado de nos aliarmos à Coreia do Sul para implantar o THAAD”, disse o comandante do US Pacific, o almirante Harry Harris.
A finalidade do THAAD é a de interceptar e destruir mísseis balístico de curto e médio alcance na fase final de voo, dentro ou fora da atmosfera da Terra.