Obama pôs Trump sob escuta? “É simplesmente falso”, diz porta-voz
Kevin Lewis nega que o ex-Presidente dos EUA tenha colocado qualquer cidadão sob escuta. Também Ben Rhodes, antigo conselheiro da Casa Branca para assuntos de política externa, afasta a acusação.
O porta-voz de Barack Obama, Kevin Lewis, declarou que as acusações de Trump são “falsas” e que “nem o Presidente Obama nem nenhum funcionário da Casa Branca” puseram sob escuta qualquer cidadão norte-americano. Estas declarações surgem depois de Donald Trump ter, neste sábado, acusado o antecessor de ter colocado os telefones do seu escritório na Trump Tower sob escuta, ainda antes das eleições presidenciais. Não foram apresentadas quaisquer provas que sustentassem as acusações.
Num comunicado partilhado no Twitter, Kevin Lewis referiu ainda que uma das principais regras da Administração Obama era a da não interferência em qualquer investigação conduzida pelo Departamento de Justiça. O porta-voz sublinha que nem Obama nem qualquer funcionário da Casa Branca alguma vez procederam à vigilância de qualquer norte-americano. “Qualquer sugestão em contrário é simplesmente falsa”, conclui.
Neither @barackobama nor any WH official under Obama has ever ordered surveillance on any US Citizen. Any suggestion is unequivocally false pic.twitter.com/qF04X3NUvq
— Kevin Lewis (@KLewis44) 4 de março de 2017
Na manhã de sábado, Donald Trump escrevia no Twitter que a Administração Obama tinha interceptado comunicações no seu escritório de Nova Iorque, antes das eleições de Novembro. “Terrível! Acabo de descobrir que Obama tinha os meus telefones na Trump Tower sob escuta mesmo antes da vitória. Não encontraram nada. Isto é Macartismo!”, escreveu o líder norte-americano.
Também Ben Rhodes, que foi conselheiro de Obama nos assuntos de política externa, respondeu ao tweet de Trump: “Nenhum Presidente pode pôr [alguém] sob escuta. Essas restrições foram implementadas para proteger os cidadãos de pessoas como você”. Rhodes escreveu ainda que a Casa Branca tem de explicar estas sucessivas "mentiras flagrantes" em questões de justiça e segurança nacional.
This isn't a campaign anymore. WH needs to explain what's going on with these repeated blatant lies about a matter of justice and natsec https://t.co/Rp2IwT7nyc
— Ben Rhodes (@brhodes) 4 de março de 2017
No President can order a wiretap. Those restrictions were put in place to protect citizens from people like you. https://t.co/lEVscjkzSw
— Ben Rhodes (@brhodes) 4 de março de 2017
As acusações de Trump foram feitas numa série de mensagens partilhadas na rede social Twitter em que, entre outras coisas, procurava defender Jeff Sessions, o homem que escolheu para procurador-geral, das acusações que enfrenta por causa das suas ligações à Rússia, em particular a Serguei Kisliak, embaixador de Moscovo nos Estados Unidos desde 2008.
“O mesmo embaixador russo que se encontrou com Jeff Sessions visitou Obama na Casa Branca 22 vezes, quatro delas no ano passado”, escreveu Trump, procurando reagir, assim, ao mais recente episódio do escândalo que envolve a sua equipa, pelas suspeitas de ligações à Rússia. Isto sem deixar de lembrar que a primeira reunião entre Sergei Kisliak e o procurador-geral, o equivalente a um ministro da Justiça, foi organizada pela Administração Obama.
Just out: The same Russian Ambassador that met Jeff Sessions visited the Obama White House 22 times, and 4 times last year alone.
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 4 de março de 2017
I'd bet a good lawyer could make a great case out of the fact that President Obama was tapping my phones in October, just prior to Election!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 4 de março de 2017