Trump quer EUA como "líder do pelotão" nas armas nucleares

O Presidente americano diz que deseja um mundo sem armas nucleares. Não sendo possível, quer o seu país na linha da frente.

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Donald Trump foi entrevistado pela Reuters na Sala Oval da Casa Branca Reuters/JONATHAN ERNST

O Presidente americano, Donald Trump, afirmou esta quinta-feira que pretende assegurar que o arsenal nuclear americano seja o “líder do pelotão”, argumentando que os EUA ficaram para trás no que respeita à capacidade de armamento.

Em entrevista à Reuters, Trump defendeu ainda que a China poderia resolver o desafio à segurança nacional colocado pela Coreia do Norte “muito facilmente se assim quisesse”. A declaração do Presidente americano aparenta ser uma tentativa de aumentar pressão sobre Pequim para que aumente mais a sua influência em Pyongyang para controlar as acções cada vez mais bélicas dos norte-coreanos.

Trump também falou sobre a situação na Europa, afirmando que apoia a União Europeia. “Sou totalmente a favor”, afirmou. E, pela primeira vez, expressou a preferência por uma solução de dois Estados em relação ao conflito israelo-palestiniano, mas referiu que ficaria feliz com qualquer coisa satisfaça ambos os lados.

Mas as afirmações mais contundentes na entrevista à Reuters surgiram quando foi questionado sobre um tweet de Dezembro em que defendia que os EUA deveriam desenvolver e aumentar a capacidade nuclear.  Em resposta, Trump garantiu que gostaria de ver um mundo sem armas nucleares mas mostrou-se preocupado por o país estar a “ficar para trás na capacidade de armamento nuclear”.

“Seria maravilhoso, um sonho se nenhum país tivesse armas nucleares, mas se os países vão ter armas nucleares, nós vamos estar na frente do pelotão”.

Sobre o acordo nuclear entre a Rússia e os EUA, Trump reafirmou, como já o tinha feito directamente ao Presidente russo, Vladimir Putin, que o tratado é benéfico apenas para um lado.

O novo tratado START começou a ter efeito em 2011, depois de ter sido completamente ratificado, e pode ser estendido por mais cinco anos, para lá de 2021. Passado este prazo, e se não forem negociados outros limites, tanto Washington como Moscovo ficam livres do tecto estabelecido ao fabrico de armamento nuclear. O acordo estabelece que os dois países têm até Fevereiro de 2018 para reduzirem até 1550 as suas armas nucleares operacionais. Na página do Departamento de Estado norte-americano explica-se que o tratado tem a duração de dez anos, “a menos que seja substituído por um acordo posterior”.

Sobre este tratado, o Presidente americano afirmou que é "mais um mau acordo que o país fez, seja o START, seja o acordo com o Irão”.