TAP diz que operação para Funchal "não é uma vaca leiteira"
Vice presidente da empresa recusa a existência de cartelização, como foi sugerido pelo presidente da ANA
O vice-presidente de Vendas e Distribuição da TAP disse, no Funchal, que a operação da companhia na Madeira "não é uma vaca leiteira" e sublinhou que o objetivo consiste em "vender ao preço mais rentável". Actualmente, a rota é operada apenas por duas companhias, a TAP e a easyJet, situação que até motivou o presidente da ANA - Aeroportos de Portugal, Ponce Leão, a sugerir, em entrevista ao Jornal de Negócios, uma eventual "cartelização" no preço das tarifas.
Ricardo Lo Presti foi ouvido na Assembleia Regional da Madeira, no decurso de uma audição parlamentar sobre o subsídio social de mobilidade aérea, onde foi ouvido em representação do conselho de administração da empresa. Aí reconheceu que as declarações do presidente da ANA foram "muito graves" e assegurou que "não há" cartelização, esclarecendo, porém, que na sua companhia "tudo está montando para ser rentável".
O responsável considerou, por outro lado, que a operação da TAP na Madeira é "equilibrada", com tarifas que oscilam entre os 40 e os 400 euros, situação que resulta da "pura lei da oferta e da procura".
"A nossa tendência é aproximarmo-nos ao que está a fazer o nosso concorrente, não só no percurso Lisboa-Funchal, mas em todos os outros percursos", disse, sublinhando a necessidade de "alinhar" pela concorrência.
"A rota Lisboa-Funchal não é uma vaca leiteira. É uma rota que está em equilíbrio", afirmou o responsável, depois de questionado por um deputado do CDS-PP sobre os elevados preços praticados pela companhia.
"Vivemos em liberalização. Temos de competir. Estamos cá e penso que continuaremos cá, mas sempre num contexto de rentabilidade", afirmou Ricardo Lo Presti, no decurso de uma audição parlamentar sobre o subsídio social de mobilidade aérea, onde foi ouvido em representação do conselho de administração da empresa.
Ricardo Lo Presti esclareceu que a TAP não é uma empresa pública, nem tem nenhuma obrigação de serviço público estipulado por lei, apesar de um dos accionistas ser o Estado, pelo que a sua estratégia é apenas comercial. "Não somos uma empresa pública, mas consideramos a Madeira um território muito importante", disse, vincando que está fora de questão "não operar na Madeira".