Dilma Rousseff não descarta candidatura a deputada ou senadora
É a primeira vez que a ex-Presidente brasileira fala do seu futuro político desde a sua destituição, em Agosto de 2016.
A ex-Presidente brasileira Dilma Rousseff, destituída em 2016, admitiu vir a candidatar-se a um lugar de senadora ou deputada, em declarações numa entrevista divulgada neste sábado.
"Eu não serei candidata a Presidente da República, se é essa a sua pergunta. Agora, actividade política nunca vou deixar de fazer. (...) Não afasto a possibilidade de me candidatar a senadora, deputada", declarou numa entrevista à AFP realizada na sexta-feira, em Brasília.
É a primeira vez que Dilma Rousseff, 69 anos, fala do seu futuro político desde a destituição devido à “maquilhagem” das contas públicas, em Agosto de 2016, quando foi substituída pelo actual Presidente Michel Temer.
Na votação da destituição no Senado brasileiro, Dilma não perdeu os direitos políticos, ao contrário do que aconteceu em 1992 com Fernando Collor de Mello, impedido de ocupar cargos públicos durante oito anos.
A AFP recorda que Dilma Rousseff disputou eleições para apenas dois cargos até hoje: a presidência, que venceu em 2010, e a reeleição de 2014, ambas pelo Partido dos Trabalhadores (PT).
A primeira mulher Presidente do Brasil confirmou que apoiará uma candidatura à presidência de Lula da Silva, se esta vier a acontecer.
Sondagens recentes colocam Lula à frente na disputa de 2018, mesmo depois de serem conhecidas as acusações contra si em casos relacionados com o escândalo na Petrobras. Para a ex-Presidente, as tentativas de criminalizar Lula são “um segundo golpe” para impedir que este concorra às próximas presidenciais.
No que toca à Operação Lava Jato, Dilma responde com poucas palavras às questões sobre o seu suposto desconhecimento da rede de subornos que retirou mais de dois mil milhões de dólares da Petrobras. "Os processos são extremamente complicados. Ninguém no Brasil sabe de todos os processos de corrupção", afirmou.