May não terá de renegociar acordo sobre "Brexit" mesmo que Parlamento o rejeite

Parlamento britânico manteve-se do lado do Governo e não terá poder de veto.

Foto
EPA/ANDY RAIN

O Reino Unido não terá de iniciar novas negociações sobre o “Brexit” com a União Europeia caso o Parlamento rejeite o acordo entre o executivo de Theresa May e a UE, decidiu o Parlamento britânico, que se manteve do lado das intenções do Governo britânico.

A decisão está em linha com a afirmação da primeira-ministra, que defendeu que “nenhum acordo para o Reino Unido é melhor do que um mau acordo para o Reino Unido” e foi tomada na sequência de um debate parlamentar em que se discutiu se o Parlamento britânico deveria, ou não, ter poderes alargados em relação às negociações. Ou seja, alguns deputados defendiam que os deputados poderiam rejeitar o acordo e obrigar o Governo a negociar um outro melhor.

No mês passado, May prometeu pedir ao Parlamento para que aprovasse os termos finais de saída da União Europeia em 2019, mas garantiu que se fosse rejeitado, o Reino Unido consumaria, na mesma, o “Brexit”.

Este facto levantou preocupações em alguns deputados, que começaram a sentir que o seu voto iria ser meramente simbólico, não tendo o poder de obrigar May a sentar-se à mesa com Bruxelas novamente, de forma a evitar o chamado “hard Brexit”.

Agora, apesar da existência de alguns rebeldes na bancada dos conservadores, foi aprovado com 326 votos a favor e 293 contra que no caso de o Parlamento chumbar o acordo final, o Governo não terá de se voltar a sentar à mesa das negociações com a UE.

Questionado sobre o que aconteceria caso o Parlamento rejeitasse o acordo final, o secretário de Estado para o "Brexit", David Jones, respondeu que o Reino Unido deixaria na mesma a UE mas cairiam os restantes pontos do acordo. O que, segundo a BBC, deixaria o país debaixo das regras da Organização Mundial do Comércio, incluindo potenciais tarifas sobre importações e exportações.