É uma das muitas confusões que rodeiam a aplicação do decreto presidencial que suspendeu, por 90 dias, a entrada de cidadãos de sete países muçulmanos e, por 120 dias, o programa para o acolhimento de refugiados (indefinidamente no caso dos sírios). Afinal, quantas pessoas foram impedidas de viajar ou detidas à chegada aos aeroportos americanos?

Sexta-feira, numa de várias audiências em tribunais federais onde correm processos contra a ordem de Donald Trump, a juíza Leonie Brinkema quis saber quantos vistos foram cancelados na última semana e a resposta deixou de boca aberta os presentes, conta o New York Times: ao todo, respondeu o advogado do Departamento de Justiça, foram cem mil vistos.

O Departamento de Estado veio rapidamente rever em baixa os números, dizendo que não terão sido mais de 60 mil os afectados e explicando que a anterior estatística tinha incluído por erro vistos diplomáticos e os que simplesmente expiraram.

Não há também números exactos sobre quantas pessoas foram detidas nos aeroportos – os advogados que se mobilizaram para as defender calculam que terão sido entre 100 a 200, dezenas dos quais foram já libertados graças a acções interpostas em tribunais por todo o país. A isto juntou-se a confusão entre várias entidades sobre se os detentores de green cards (vistos de residência permanência) estariam abrangidos pela medida. "É bastante claro que isto não foi lá muito pensado", afirmou a juíza Brinkema. "E por causa disso, houve este caos".