Ministério das Finanças satisfeito com manutenção de rating pela Fitch

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miguel manso/arquivo

O Ministério das Finanças reagiu nesta sexta-feira com satisfação à decisão da agência de notação financeira Fitch de manter o rating e a perspectiva da República Portuguesa estável. "Apraz-nos registar o aumento de confiança da agência na diminuição dos riscos macroeconómicos", reagiu o Ministério de Mário Centeno, em nota à comunicação social.

Àquele aumento, salientou o ministério, "não é estranha a consolidação orçamental – com um défice global seguramente inferior 2,3% do PIB – e a preocupação em criar as condições de sustentabilidade da dívida pública – com um excedente primário superior a 2% do PIB".

Por outro lado, destaca ainda o texto, "os riscos para os quais alerta a Fitch advêm principalmente da componente externa", o que levou o Governo a acrescentar que "a estabilidade política (...) em Portugal e a capacidade das empresas portuguesas diversificarem os seus mercados mitigam riscos exógenos à economia portuguesa".

O comunicado termina com a garantia de que "o Governo está determinado na estabilização do sector financeiro" e com a consideração de que "o Orçamento do Estado para 2017 respeita os compromissos do Estado com credores e instituições internacionais e favorece o crescimento económico e a criação de emprego, contribuindo para um aumento da confiança na economia portuguesa".

A Fitch manteve a nota atribuída a Portugal em BB+, acrescentando a consideração de estável para a perspectiva, conforme comunicado emitido em Londres. "O rating da dívida pública de Portugal é suportado por instituições robustas, um forte ambiente empresarial e um dos maiores rendimentos per capita na categoria BB", justificou a agência de notação financeira. Porém, acrescentou que estes factores eram contrabalançados por "elevados níveis de endividamento público e privado, um fraco desempenho no crescimento e problemas herdados no sistema financeiro".

A Fitch salientou também que a economia recuperou no segundo semestre de 2016, graças "ao aumento das exportações e à renovação da confiança dos consumidores associada a uma subida do emprego". A agência salientou ainda que os riscos macroeconómicos internos diminuíram, mas que Portugal permanece vulnerável aos desenvolvimentos externos.