John Akomfrah recebe prémio Artes Mundi com Auto da Fé

Trabalho sobre migrações e perseguição religiosa e étnica do videoartista distinguido com mais importante prémio de arte contemporânea internacional atribuído no Reino Unido.

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DR/ARTES MUNDI

O artista britânico de origem ganesa John Akomfrah recebeu quinta-feira o prémio Artes Mundi, o mais importante galardão de arte contemporânea internacional atribuído no Reino Unido. A sua obra, Auto da Fé, é mais um dos seus trabalhos sobre migrações e refugiados, e, segundo cita o The Guardian, feito em resposta à forma “vergonhosa” como têm sido encaradas as vagas de migrantes do Norte de África e de países como a Síria nos últimos anos.

A sétima edição do prémio bienal foi entregue não só por Auto da Fé, uma instalação de vídeo de duplo ecrã e 40 minutos de duração que junta imagens referentes a 400 anos de história da humanidade e perseguição a comunidades como os judeus sefarditas ou os yazidis, mas também “por um corpo substancial de obras extraordinárias que lidam com os temas da migração, racismo e perseguição religiosa”, disse Karen Mackinnon, directora do Artes Mundi, citada pela BBC. “Falar destas coisas neste momento em particular parece mais importante do que nunca”, acrescentou.

Já Akomfrah, de 59 anos e reputado videoartista, afirmou-se “absolutamente sensibilizado” pela distinção e “enormemente grato pela oportunidade que representa de finalmente acabar algo” que desenvolve há uma década – e para censurar, cita-o o Guardian, “a cultura sombria de medo e intolerância” que considera ter tomado conta do seu país. O prémio envolve também a atribuição de 40 mil libras. 

Uma das principais obras de John Akomfrah, uma vídeo instalação intitulada The Unfinished Conversation esteve patente o ano passado na exposição A Conversa Inacabada: Codificação/Descodificação no Museu Coleção Berardo, em Lisboa. Nessa obra interrogava a identidade, não como essência ou paradigma, mas antes como um devir, um produto da história e da memória.

O artista angolano Nástio Mosquito foi finalista do prémio que tem base em Cardiff em 2015.

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