Eurogrupo: Portugal está a tomar as medidas certas

Jeroen Dijsselbloem defendeu ainda que a volatilidade dos mercados sublinha a necessidade de Portugal prosseguir uma agenda de reformas e reforçar o sector bancário.

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Jeroen Dijsselbloem na reunião do Eurogrupo esta quinta-feira LUSA/OLIVIER HOSLET

O presidente do Eurogrupo considerou nesta quinta-feira, em Bruxelas, que a volatilidade dos mercados sublinha a necessidade de Portugal prosseguir uma agenda de reformas e reforçar o sector bancário, mas manifestou-se convicto de que o Governo está a tomar "as medidas adequadas".

Questionado durante a conferência de imprensa final da reunião do Eurogrupo sobre o aumento das taxas de juro da dívida pública portuguesa, Jeroen Dijsselbloem apontou que o assunto não foi discutido de forma detalhada mas foi registado "o facto de haver alguma volatilidade" dos mercados.

"Penso que (essa volatilidade) sublinha uma vez mais a necessidade de Portugal fazer avançar a agenda de reformas, com a qual disseram estar comprometidos, e de dar mais passos para reforçar o sector bancário, o que está a ser feito neste momento. Penso, portanto, que estão a tomar as medidas adequadas", disse.

O comissário europeu dos Assuntos Económicos, Pierre Moscovici, disse partilhar a opinião do presidente do Eurogrupo, no final de uma reunião que tinha como um dos pontos em agenda as conclusões da quinta missão de monitorização pós-programa realizada em Portugal no final de 2016. " Analisámos a situação com um olhar construtivo e tomámos nota dos compromissos claros assumidos por Mário Centeno, com quem me encontrarei amanhã (sexta-feira) à tarde, num encontro bilateral", afirmou o comissário francês.

Pouco antes, igualmente em declarações aos jornalistas, Centeno manifestara-se convicto de que demonstrou hoje em Bruxelas que Portugal cumpre os seus compromissos e os números da execução orçamental confirmam que "algumas vozes no Eurogrupo andaram durante o ano de 2016 muito enganadas".

Segundo Centeno, "os números estão aí", para demonstrar que, ao contrário do que alguns vaticinavam, Portugal está no bom caminho e "com um défice sustentadamente abaixo dos 3%", o limiar inscrito no Pacto de Estabilidade e Crescimento, e que em 2016 ficará abaixo dos 2,3%.

"Nós mantemos sempre os compromissos. E mostrámos de forma muito evidente a determinação do país em cumprir os seus compromissos. Durante o ano de 2016 houve duvidas lançadas sobre a capacidade do país em cumprir. Pois o país mostrou que cumpre", afirmou.