Os candidatos à presidência do Parlamento Europeu

Sete eurodeputados disputam a sucessão de Schulz, mas só dois devem ter realmente hipóteses.

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Gianni Pittella, Guy Verhofstadt e Antonio Tajani num debate entre os candidatos Francois Lenoir/REUTERS

Antonio Tajani (PPE)

Italiano, jornalista, 63 anos, é vice-presidente do Parlamento Europeu (PE). Pertence ao Partido Popular Europeu (PPE), o grupo com mais deputados (217), sendo à partida o candidato com mais possibilidades de vencer a eleição de hoje.

Membro da Forza Italia, próximo de Silvio Berlusconi de quem foi porta-voz, foi vice-presidente da Comissão com a pasta do Transporte, Indústria e Empresas durante as presidências de Durão Barroso. Em Dezembro, Tajani tornou-se candidato do PPE numas primárias em que participaram outros notáveis da bancada popular.

Tajani defende mudanças no PE, um presidente que assuma plenamente as suas funções mas que não se torne xcessivamente interventivo ou omnipresente - as críticas feitas a Martin Schulz, que deixa agora a presidência.

Gianni Pittella (Socialistas & Democratas)

Dos candidatos dos principais grupos, é o que tem menos currículo político. Italiano, ocupou alguns cargos na política local e regional. Médico, foi eleito para o PE em 1999, tornando-se vice-presidente do grupo socialista até 2014.

Desde então, é líder da segunda maior bancada, com 189 deputados. Foi escolhido por unanimidade como candidato socialista à presidência da instituição. Crítico das políticas de austeridade, defende um Parlamento no centro da vida da UE, com a participação de mais jovens e mulheres.

Numa votação com várias rondas, poderá beneficiar dos votos dos deputados à sua esquerda, o que no entanto não será suficiente para garantir a eleição. Para isso, necessita de ganhar o apoio de outras bancadas.

Helga Stevens (Conservadores e Reformistas Europeus)

Belga, 48 anos, advogada, ex-deputada no parlamento regional flamengo. É vice-presidente do terceiro maior grupo do PE (74 deputados). Pertence ao Partido Nacionalista Flamengo (NVA. A sua candidatura à presidência do hemiciclo pretende representar a cidadania e ser uma alternativa aos dois maiores grupos. Defende uma mudança de rostos no PE e ideias novas. Helga Stevens que é surda, tem-se distinguido na defesa de pessoas com deficiências.

Numa eleição com várias rondas, é possível que muitos deputados conservadores e reformistas acabem por votar no candidato do PPE.

Guy Verhofstadt (Aliança dos Democratas e Liberais)

É o candidato com mais peso político. Jurista, 63 anos foi-primeiro ministro da Bélgica entre 1999 e 2008, e é líder do grupo liberal no PE desde 2009 (68 deputados). Defende um presidente político e interventivo que junte as forças pró-UE.

Com ideias claras sobre a UE, autor de alguns dos melhores discursos no Parlamento Europeu, recolhe admiração  para além do seu grupo. No entanto, uma postura discursiva por vezes muito inflamada, outras vezes polémica, e as suas posições federalistas geram anticorpos e podem afastar os deputados mais moderados em relação à integração europeia.

Recentemente, tentou levar para o grupo liberal os deputados do populista italiano Movimento 5 Estrelas, que pertence ao grupo anti-UE Europa da Liberdade e da Democracia Directa. O acordo contra-natura falhou, mas foi visto por alguns como uma mera tentativa para conseguir mais alguns votos na corrida à presidência e poderá ter comprometido definitivamente a sua candidatura.

Eleanora Forenza (Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Nórdica Verde)

Italiana, 40 anos, pertence ao grupo mais à esquerda do PE, que junta 52 deputados de partidos comunistas, esquerdistas e ecologistas. Feminista, apoiante de Alexis Tsipras, representa uma candidatura de ruptura em relação à “grande coligação” PPE/socialistas, que Forenza acusa de ter dirigido a Europa sob o signo da austeridade.

Jean Lambert (Verdes)

Numa altura em que o Reino Unido se prepara para negociar a saída da UE, os Verdes escolheram a britânica Jean Lambert, 66 anos. Eurodeputada desde 1999, Lambert defende que o PE deve ser o porta-bandeira dos direitos humanos, da democracia e do progresso ambiental. Muitos dos 51 deputados do grupo deverão apoiar Pittella se houver uma final contra o candidato do PPE.

Laurentiu Rebega (Europa das Nações e da Liberdade)

Romeno, 40 anos, é vice-presidente da bancada mais à direita no hemiciclo, que junta deputados de partidos nacionalistas, anti-imigração e populistas, como a Frente Nacional de Marine Le Pen ou o FPÖ austríaco.

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