Uma presença luminosa

Dizer que Maria Cabral foi o rosto do Cinema Novo é uma evidência, mas insuficiente. Ela foi a mais extraordinária "presença" alguma vez vista no cinema português.

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Dizer que Maria Cabral foi o rosto do Cinema Novo é uma evidência, mas insuficiente. Ela foi a mais extraordinária ‘presença’ alguma vez vista no cinema português. Outras foram, ou são, grandes actrizes, como Isabel Ruth [Os Verdes Anos, Mudar de Vida] e Isabel de Castro [Domingo à Tarde, Brandos Costumes], mas Maria Cabral, mesmo que esteja esquecida dado o desaparecimento de circulação dos quatro filmes que fez, é inolvidável. Era uma presença luminosa e seguramente a única que nos deixa memórias vivas das suas participações: ela a pintar as sardas do rosto em O Cerco; sentada com o chapéu junto ao mar em O Recado; fazendo o brinde com Carlos Cruz e Hélder Costa em Vidas; viúva de um soldado da Guerra Colonial visitada pelos sogros e sentada na cozinha, de olhar fixo numa maçã, em Um Adeus Português. Maria Cabral é inesquecível.

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