Lalanda e Castro foi constituído arguido e está a ser ouvido na justiça
Negócio do plasma da Octapharma envolve suspeitas de corrupção e branqueamento de capitais
O antigo patrão de José Sócrates Paulo Lalanda e Castro está nesta quarta-feira de manhã a ser ouvido no Campus da Justiça em Lisboa. Foi constituído arguido no âmbito da operação O Negativo, em que está em causa o monopólio da venda de plasma durante vários anos pela multinacional Octapharma, a farmacêutica que geria e da qual se demitiu há menos de um mês, na sequência desta investigação.
Existem suspeitas da prática dos crimes de corrupção activa e passiva, recebimento indevido de vantagem e branqueamento de capitais. O empresário, que tem residência oficial na Suíça, foi detido em meados de Dezembro na cidade alemã de Heidelberg, onde se encontrava em trabalho, na sequência de um mandado de detenção europeu emitido pelas autoridades portuguesas.
Detido também na altura, e colocado em prisão preventiva, foi Cunha Ribeiro, ex-presidente do Instituto Nacional de Emergência Médica e da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo. Tinha sido presidente do júri do concurso que permitiu à farmacêutica vender ao Serviço Nacional de Saúde o plasma inactivado. A investigação incide sobre negócios na área do sangue no valor de 137 milhões de euros.
Depois de detido na Alemanha, Lalanda e Castro acabou por ser libertado por um juiz daquele país, que entendeu não haver motivos para o privar de liberdade. Também os seus advogados entendem não haver neste momento razões para ser submetido a prisão preventiva, uma vez que, segundo dizem, se disponibilizou várias vezes para prestar esclarecimentos às autoridades.