A Toyota vai investir 10 mil milhões de dólares (9400 milhões de euros) nos Estados Unidos nos próximos cinco anos, o mesmo que investiu nos anteriores cinco, anunciou Jim Lentz, presidente-executivo da empresa japonesa para o mercado da América do Norte.

A empresa japonesa foi recentemente criticada pelo Presidente eleito dos EUA, Donald Trump, pelos seus planos, anunciados em 2015, de transferir a produção do modelo Corolla do Canadá para o México.

Numa entrevista durante o Salão de Detroit, Jim Lentz diz que o anúncio deste investimento para os próximos cinco anos, que se destina a melhorar as fábricas com vista a produzir modelos mais eficientes no consumo de combustível, não é uma resposta às críticas de Trump, mas sim algo que faz parte do plano de investimento da Toyota, que tem dez fábricas em oito estados norte-americanos.

O responsável da Toyota nos EUA, que ainda não falou com Trump, esclareceu ainda que a nova fábrica no México está a ser pensada desde 2013 e faz parte de planos a longo prazo.

Jim Lentz explicou ainda que o plano de investimento nos EUA inclui a construção de uma nova sede no Texas e várias melhorias em fábricas – o presidente-executivo recusou explicar se estes investimentos vão criar novos postos de trabalho. A Toyota emprega 40 mil pessoas nos EUA, tendo criado 5000 nos últimos cinco anos.

Lentz afirmou também que “toda a gente” concorda com os objectivos de Donald Trump de reforçar a indústria e os empregos nos EUA, até porque isso “ajuda a vender carros”. “Nós gerimos o nosso negócio como algo global e temos de garantir que somos competitivos”, salientou, por outro lado, o responsável da Toyota nos EUA.

O dirigente da Toyota avisou ainda que se Trump avançar com taxas de importação para os carros produzidos no México isso terá efeitos não só nos preços dos carros, mas também no emprego nos EUA. Lentz afirmou que uma taxa desse género tornaria 1000 dólares mais caro o modelo Camry, que é produzido nos EUA mas recebe peças produzidas no México.

Donald Trump tem feito várias críticas aos construtores automóveis que têm fábricas no México para produzir carros para o mercado norte-americano, o que levou já empresas como a Ford e a Fiat Chrysler a desistir do México a favor dos EUA.

O Presidente eleito dos EUA elogiou na segunda-feira a decisão das duas empresas, no mesmo dia em que a BMW anunciou que mantém os seus planos para construir uma fábrica no México.