Eurogrupo reata negociações para alívio da dívida grega

Atenas tinha ficado isolada, depois de reintroduzir o 13.º mês para pensionistas, mas garantiu aos credores que mantém reformas em curso.

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"Não há mais obstáculos", afirma o presidente do Eurogrupo Reuters/YVES HERMAN

O presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, disse neste sábado que as negociações com a Grécia para o alívio da dívida deste país serão reatadas, depois de terem sido congeladas em meados deste mês, por causa da decisão de Atenas de reintroduzir o 13.º mês para pensionistas.

Dijsselbloem disse que os credores da Grécia concordaram em reiniciar as conversações com o executivo de esquerda de Atenas, depois de o ministro das Finanças, Euclid Tsakalotos, ter garantido numa carta enviada ao Eurogrupo o compromisso do executivo em cumprir o programa de reformas que serve de contrapartida ao terceiro resgate para a Grécia, aprovado em Agosto de 2015, um empréstimo de 86 mil milhões de euros concedido a Atenas para evitar a bancarrota.

“É com satisfação que confirmo que não há mais obstáculos no caminho para prosseguir com as negociações para as medidas da dívida de curto prazo, que serão feitas em Janeiro”, disse Dijsselbloem, citado pela Reuters.

O Eurogrupo, que reúne os ministros das finanças dos países da moeda única, tinha chegado a acordo no início de Dezembro sobre um programa de alívio imediato da dívida, medidas que passariam pela extensão do período de vida de dívida de curto prazo com taxas mais baixas. Na prática significaria um corte de cerca de 20% no peso da dívida que, em 2060, seria de 200 mil milhões de euros, diz a mesma agência.

Os credores da zona euro tinham suspendido as negociações em protesto contra a decisão do governo grego de reintroduzir o pagamento do 13.º mês aos pensionistas, com o argumento de que não haviam sido consultados. Mas o governo de esquerda de Alexis Tsipras defendeu a medida sublinhando que o país havia ultrapassado os objectivos no corte de custos e de receitas fiscais para 2016.