PCP quer Câmara de Lisboa a encontrar estacionamento para moradores
Na edição deste ano do Orçamento Participativo de Lisboa, a proposta mais votada (com 9477 votos) foi a criação de um jardim no Caracol da Penha (que abrange, além da freguesia da Penha de França, a de Arroios).
O PCP na Câmara de Lisboa vai solicitar à maioria socialista no executivo que encontre estacionamento em terrenos expectantes na Penha de França e São Vicente, freguesias onde o partido estima faltarem centenas de lugares para residentes.
O comunista Carlos Moura explicou que a proposta que o PCP vai apresentar na reunião privada de quarta-feira visa "que a Câmara olhe para os terrenos expectantes daquela zona [no centro da cidade], que faça um levantamento dos mesmos com algum cuidado e que proponha alternativas de estacionamento".
"Não só à construção do parque que estava previsto para o Caracol da Penha, mas outros, podendo inclusivamente retomar noutros moldes projectos que foram abandonados, para satisfação das necessidades de estacionamento", concretizou.
Na edição deste ano do Orçamento Participativo de Lisboa, a proposta mais votada (com 9477 votos) foi a criação de um jardim no Caracol da Penha (que abrange, além da freguesia da Penha de França, a de Arroios). Porém, para esse espaço estava prevista a construção de um parque de estacionamento com 86 lugares, a cargo da Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa (EMEL), situação que a autarquia está a estudar como resolver.
"A Câmara ficou numa situação muito complicada, porque a verdade é que sempre apresentou aquele projecto como uma forma de conciliar duas situações, mas a verdade é que as duas situações não eram conciliáveis, uma vez que aquilo que ficava para fruição da população, retirando as zonas de estacionamento, eram zonas com inclinações muito grandes e que não davam essa resposta", referiu Carlos Moura.
Para o autarca, "quando a população se pronuncia em massa, é posto em causa o próprio espírito que presidia à proposta da Câmara".
Também para os Sapadores (na Graça, freguesia de São Vicente) estava previsto um parque de estacionamento, cuja construção nunca avançou.
Recordando que o partido já abordou várias vezes a questão, Carlos Moura salientou ser "muito necessário que existam bolsas de estacionamento que dêem resposta às necessidades dos moradores".
Questionado sobre a quantidade de lugares em falta, o comunista falou num "défice bastante considerável". "Seguramente, deverá ultrapassar largamente as três centenas de lugares em falta", precisou.
Na proposta que será apreciada pelo executivo, os vereadores Carlos Moura e João Ferreira assinalam a existência de terrenos expectantes (municipais e privados) na Rua da Penha de França, na Avenida General Roçadas, na Rua Frei Manuel do Cenáculo e ainda na Rua Frei Manuel do Cenáculo.
Os autarcas apontam também que nestas freguesias existem "várias instituições públicas e privadas com lugares de estacionamento subocupados ou apenas utilizados no período diurno".
A proposta visa, assim, que a autarquia dote "os terrenos municipais expectantes de condições para estacionamento", avance com "negociações com os proprietários dos terrenos particulares expectantes para a utilização, ainda que provisória, para estacionamento", e faça o mesmo com instituições públicas e privadas, com vista à utilização de parte dos lugares destinados a estas entidades pelos residentes durante a noite.