Viagem a seis territórios
O PÚBLICO percorreu o país por dentro, do Nordeste Transmontano à serra algarvia. As reportagens serão publicadas ao longo dos próximos cinco dias – uma por dia, até sábado.
Cada território tem a sua forma de lidar com a fragilidade. O PÚBLICO percorreu o país por dentro, do Nordeste Transmontano à serra algarvia, falou com cerca de 50 pessoas sobre estratégias para atrair e fixar jovens. As reportagens serão publicadas ao longo dos próximos cinco dias – uma por dia, até sábado.
Alfândega da Fé desenvolve aquilo a que Luís Leite Ramos, da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, chama “economia comprometida com o território”. Aposta em múltiplas pequenas iniciativas, em várias frentes, procurando valorizar os produtos locais. O Fundão também aposta nos produtos locais, mas desenvolve uma estratégia para captar, ao mesmo tempo, empresas e profissionais das tecnologias de informação e comunicação.
“A liderança é uma condição necessária, mas insuficiente”, observa João Ferrão, da Universidade de Lisboa. “É indispensável que haja congregação de lideranças”. E, aí, diz, o ensino superior tem um papel fulcral.
Onde há ensino superior, o inverno demográfico é menos rigoroso. A Covilhã, ainda presa ao passado na indústria dos lanifícios, está a renascer a partir da Universidade da Beira Interior (UBI). E há cinco anos, a Universidade do Algarve atirou nove recém-licenciados para uma aldeia situada entre o barrocal e a serra algarvia, em Loulé. Era o chamado projecto Querença, do qual nasceu já neste ano a Cooperativa para o Desenvolvimento dos Territórios de Baixa Densidade.
A existência de serviços de proximidade pesa na hora de decidir onde morar, avisa Alcides Monteiro, da UBI. A começar pelos serviços de saúde. E foi de direito à saúde e de formas de atrair médicos para o interior que se falou no interior do Alentejo, com enfoque em Beja e em Évora.
Os repórteres percorreram o país com o apoio da bolsa de criação jornalística “Aquele outro mundo que é o mundo”, atribuída pela Associação para a Cooperação Entre os Povos, a Associação Coolpolitics, o CEIS20/UCoimbra e o CEsA-ISEG/ULisboa, financiada pela Cooperação Portuguesa e pela Fundação C. Gulbenkian.