Rússia diz que rebeldes já saíram de Alepo e suspende retirada de civis
Nas últimas 24 horas foram retiradas da parte oriental da cidade síria cerca de 8500 pessoas, estima o Observatório Sírio para os Direitos Humanos. Russos falam em 9500, entre as quais 4500 rebeldes.
A operação de retirada de milhares de civis e combatentes rebeldes do Leste de Alepo foi suspensa pelas forças do regime sírio de Bashar al-Assad, avança a AFP, que cita fonte das forças de segurança sírias.
O ministro russo da Defesa disse, segundo a Reuters, que o processo de evacuação terminou, contabilizando mais de 9500 pessoas retiradas, entre as quais 4500 combatentes. Sergei Shoigu revelou ainda que existem forças da rebelião que ficaram para trás, mas apenas aquelas que ainda combatem o exército sírio. No entanto, o Observatório Sírio para os Direitos Humanos calcula que nas últimas 24 horas cerca de 8500 pessoas conseguiram deixar esta zona da cidade.
Um elemento das tropas rebeldes desmentiu a versão do Kremlin e garante à Reuters que apenas os feridos e alguns civis deixaram a cidade e que nenhum rebelde saiu.
Também são diferentes as versões sobre a suspensão do acordo. A agência francesa dá conta de terem sido escutados tiros e explosões no distrito de Ramoussa, controlado pelo exército sírio e através do qual se fazia o trajecto das ambulâncias e autocarros que transportavam as pessoas retiradas.
A AFP cita ainda uma fonte do regime de Assad próxima às negociações do acordo de cessar-fogo, que diz que os combatentes rebeldes estavam a “deixar Alepo com reféns”, alegação também feita pela televisão pública da Síria.
O Guardian diz que a retirada não se consumou pela recusa dos rebeldes em retirar os feridos de Fua e Kefraya, duas vilas xiitas na província de Idlib, que tem estado cercada pelas forças da rebelião e cuja retirada das pessoas fazia parte do acordo estabelecido esta quinta-feira.
Já a representante da Organização Mundial da Saúde (OMS) na Síria, Elizabeth Hoff, afirma que não existiu explicação sobre a suspensão da operação: "Eu assumo que a mensagem [para abortar a retirada de pessoas] chegou dos russos que estão a monitorizar a área", cita a Reuters.
Um funcionário da OMS afirmou também à Reuters que espera que a suspensão seja apenas temporária, uma vez que estão ainda milhares de pessoas à espera de deixar a parte oriental da cidade. Na quarta-feira, estimava-se que deveriam ser retiradas 50 mil pessoas até sábado.