A bastonária da Ordem dos Enfermeiros pediu à Inspecção-Geral das Actividades em Saúde (IGAS) que investigue o caso dos doentes de um hospital público que terão ficado dois dias sem comer e sem ser medicados, de acordo com uma denúncia feita por profissionais da unidade de saúde, noticiada pelo PÚBLICO.

A bastonária Ana Rita Cavaco adianta, numa nota divulgada nesta quarta-feira, que já enviou para a IGAS os elementos que recolheu até ao momento "para que se proceda, em conjunto, à devida investigação e apuramento de responsabilidades".

Uma equipa da Ordem dos Enfermeiros está, desde esta manhã, em visita de acompanhamento ao hospital visado na denúncia, que mais uma vez não é identificado. Quando a bastonária revelou o caso na segunda-feira à noite, num debate na Ordem dos Médicos, no Porto, também se escusou a dizer qual era o hospital em questão, alegando que aguardava explicações do conselho de administração da unidade de saúde.

Na nota desta quarta-feira a Ordem dos Enfermeiros confirma que recebeu uma denúncia "que dá conta de falhas de assistência e de necessidades básicas de doentes internados num hospital da rede do SNS [Serviço Nacional de Saúde]". Concretamente, explica, "recebemos relatos que dão conta de que doentes terão ficado sem alimentação e medicação por manifesta carência de recursos humanos e materiais no serviço em causa durante 48 horas".

A nota acrescenta ainda que a bastonária "tem todo o gosto em ir ao Parlamento [o CDS/PP já adiantou que a vai chamar para dar explicações sobre este caso] explicar aos deputados o estado em que tem encontrado as centenas de serviços de saúde que já visitou desde que tomou posse".