Isinbayeva vai tentar limpar imagem do desporto russo
Antiga campeã olímpica vai supervisionar a agência de antidopagem da Rússia.
A antiga atleta russa Yelena Isinbayeva, bicampeã olímpica de salto com vara, foi designada, esta quarta-feira, para presidir ao conselho de supervisão da Agência Antidopagem da Rússia (RUSADA), um órgão composto por nove pessoas e encarregue de limpar a imagem da Rússia no desporto mundial.
Isinbayeva foi eleita atleta do ano pela Federação Internacional de Atletismo (IAAF) em três ocasiões - 2004, 2005 e 2008 - e atingiu dezenas de recordes mundiais, em provas indoor e outdoor. O seu domínio na modalidade não conheceu concorrentes, pelo que para conseguir a maioria dos recordes teve de superar o seu anterior melhor registo. No Verão de 2005, tornou-se a primeira saltadora de vara a transpor a marca dos cinco metros.
Em Agosto deste ano, Isinbayeva fez a sua despedida da competição, depois do Tribunal Arbitral do Desporto ter confirmado a ausência do atletismo russo dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro devido a suspeitas de doping generalizado nos atletas russos, comprovadas após a reanálise de amostras congeladas, que já fizeram muitos atletas perder as medalhas e ver os seus resultados anulados.
A voz da atleta foi sempre das mais críticas, tendo mesmo recorrido, da medida da IAAF - que impediu qualquer atleta russo de competir em provas internacionais. Posteriormente, e com o aproximar dos Jogos Rio 2016, o Comité Olímpico Internacional (COI) decidiu que deveriam ser as federações internacionais das modalidades a autorizar ou proibir a participação de atletas russos na competição, algo que, no caso do atletismo, se viria a verificar.
A bicampeã olímpica, que nunca teve controlos de doping positivos, criticou duramente a posição da Agência Mundial Antidopagem (AMA) e do COI em relação aos atletas russos, não os deixando participar sequer como independentes. Isinbayeva considera que as acusações feitas por Yulia Stepanova - uma das denunciantes do principal escândalo de doping na Rússia - nunca foram provadas.