Este ano, as compras online em Portugal vão chegar aos 2,6 mil milhões
Paypal estima que, em 2018, gastos atinjam os três mil milhões. Meio milhão de portugueses são clientes da plataforma de pagamentos.
Nos últimos 12 meses, 70% dos portugueses com acesso à Internet fizeram compras online e, pelas contas da Paypal, os gastos totais este ano devem atingir os 2,3 mil milhões de euros – mais 17% face a 2015. Se as previsões da plataforma de pagamentos se cumprirem, os portugueses deverão desembolsar 2,65 mil milhões em 2017 e quase três mil milhões de euros na Internet em 2018.
Miguel Fernandes, director comercial da Paypal Portugal (que é gerida a partir de Madrid), diz que o comércio online tem crescido, tal como a carteira de clientes do site de pagamentos norte-americano, fundado em 1998. A empresa tem 500 mil utilizadores activos em Portugal, “um crescimento de 100% nos últimos três anos”, adianta. Em Espanha tem quatro milhões e a nível global 188 milhões.
Citando um estudo elaborado pela consultora Ipsos para a Paypal, divulgado nesta terça-feira, Miguel Fernandes adianta que 40% dos inquiridos que compram online afirmam que vão aumentar os seus gastos nos próximos 12 meses, enquanto 45% vão manter. Entre os 32 países analisados, “Portugal tem a população online que mais compra fora do país”: 22% só adquirem produtos em sites estrangeiros, enquanto 13% restringem-se ao mercado interno. Cerca de 65% compram tanto fora, como dentro de portas.
O Reino Unido é o país onde os portugueses mais fazem compras, seguido da China, Espanha, Estados Unidos e Alemanha. São resultados semelhantes aos globais, “em que a China aparece no topo com 21% de todos os compradores online a afirmar que fizeram uma compra na China, seguida dos EUA e do Reino Unido”, refere a Paypal.
Os inquiridos que compraram online usaram pelo menos uma vez a plataforma de pagamentos. “Os dados que temos indicam que [a Paypal] está em 70% das principais lojas de e-commerce em Portugal”, começa por dizer Miguel Fernandes. A empresa “começou a trabalhar” o mercado nacional em 2012 e “nos últimos quatro anos tem havido uma grande aceitação dos sites portugueses”, continua.
Ao contrário do que se poderia pensar, foi a crise financeira e económica que deu o empurrão ao negócio. “A crise foi um catalisador do nosso crescimento”, diz Miguel Fernandes, explicando que o consumidor comprou mais online à procura de melhores preços. O preço “é um factor muito relevante”, disse.
A multinacional, cotada na Nasdaq, a bolsa das tecnológicas, está atenta ao mercado português e “olha para o potencial do país”. O director comercial aponta a parceria com a CP como exemplo do que tem sido feito. A transportadora “tem a melhor integração da Paypal em Portugal”, permitindo “pagar só com um clique”. Outro caso é o de uma aplicação desenvolvida por uma outra empresa e que está em teste piloto no Centro Comercial das Amoreiras. Permite escolher e pagar online uma refeição entre os restaurantes aderentes, sem necessidade de filas.
“Mudar os hábitos de consumo e de pagamento é muito difícil. Tem de haver algo que seja muito melhor do que o que já se faz. Tem de ser atractivo para o consumidor, porque o consumidor é preguiçoso. O cliente tem de perceber que há algo de muito bom para mudar”, conclui.