Tribunal alemão confirma sentença ao "contabilista de Auschwitz"
Oskar Gröning, agora com 94 anos tinha sido condenado, em 2015, a quatro anos de prisão pela “contribuição menor” na morte de 300 mil pessoas em Auschwitz em 1944.
Um tribunal federal alemão confirmou a sentença a Oskar Gröning, de 94 anos, antigo guarda do campo de concentração nazi de Auschwitz, recusando assim o recurso que o mesmo tinha interposto.
Também conhecido como o “contabilista de Auschwitz”, Göring tinha sido condenado a quatro anos de prisão, em Julho de 2015, pela “contribuição menor” na morte de 300 mil pessoas, no campo de concentração, entre Maio e Julho de 1944.
A mais recente decisão de recusar o recurso e confirmar a sentença marca um importante precedente para a justiça germânica, que tenta levar a tribunal outras pessoas que terão servido nos campos nazis, diz a emissora alemã Deutsche Welle.
Esta é a primeira vez que um tribunal confirma uma sentença constituída com base no facto de o arguido ter simplesmente servido num campo de concentração nazi. Ou seja, o que ficou decidido é que não é necessário existirem provas sobre o envolvimento em mortes específicas, bastando ter contribuído para o funcionamento de um campo para se ver envolvido nas mortes aí ocorridas.
“Não há dúvida de que eu partilho uma culpa moral. Quanto à questão da responsabilidade penal, cabe-vos [ao tribunal] decidir”, tinha dito Oskar Gröning no início do primeiro julgamento que teve lugar no tribunal de Luneburgo, no Norte da Alemanha.
As acusações contra o homem de 94 anos, devido à natureza administrativa das suas tarefas naquele campo de concentração nazi, reportavam-se ao período entre Maio e Julho de 1944, por motivos “legais e de prova” e baseavam-se em dois eixos principais: apoio económico ao regime – enviava para a capital o dinheiro dos recém-chegados a Auschwitz – e colaboração, “por três vezes”, na selecção entre aqueles que estavam em condições para trabalhar no campo e os que foram enviados imediatamente para as câmaras de gás.