Portugueses planeiam gastar mais à boleia das promoções
Entre os que decidiram aumentar o orçamento para este Natal, 48% indica os descontos como o factor mais determinante.
As promoções já são um dado adquirido ao longo do ano mas neste Natal os portugueses estão dispostos a ir um pouco mais longe nos gastos e o motivo principal são os descontos. O Estudo de Natal da Deloitte, que a consultora elabora anualmente, mostra que para 48% dos inquiridos que decidiram, este ano, aumentar o orçamento, as promoções são um factor fundamental. Em comparação com 2015, esta percentagem subiu seis pontos percentuais.
Há outros factores a ter em conta. Cerca de 33% quer “evitar pensar demasiado na incerteza económica” e “divertir-se”. E 24% indica que registou um aumento do rendimento disponível.
O estudo foi feito em nove países do continente europeu e os resultados globais mostram que o impulso das promoções também é o motivo principal para um aumento nos gastos entre 41% dos inquiridos.
Este ano as famílias portuguesas pretendem gastar 359 euros com o Natal, mais 45 euros do que apontavam quando foram questionados em 2015. Contudo, quando se compara o valor estimado para este ano com o que, efectivamente dizem agora ter desembolsado em 2015, há uma redução de 14 euros. A maioria do orçamento (51%) será destinada a presentes. Seguem-se as despesas com alimentação e bebidas (35%) e socialização (14%).
Desde 2014 que os portugueses “têm declarado ter gasto mais do que as suas expectativas” iniciais, indica Pedro Miguel Silva, da consultora, num comunicado divulgado esta semana. “Acreditamos que essa tendência se irá manter este ano, o que indicia um clima de consumo mais favorável. Pela primeira vez desde 2009, a expectativa relativa à evolução do poder de compra é também menos pessimista em Portugal do que a média da Europa, o que poderá explicar este sentimento mais positivo”, destaca.
Comparando com a média dos nove países analisados, o orçamento português é bastante mais reduzido. O consumo médio previsto é de 408 euros e é a Dinamarca que encabeça a lista dos mais generosos (592 euros, uma subida de 1,6%). Segue-se Espanha onde as famílias esperam gastar 550 euros, mais 4% face ao ano passado, e Itália com 452 euros. Os mais contidos são a Rússia (250 euros), a Polónia (261 euros) e a Grécia (353 euros) – país que registou o maior recuo na intenção de compras, na ordem dos 6%.
Entre os consumidores que vão reduzir as despesas, os principais motivos apontados são a diminuição do rendimento disponível “e a expectativa da continuidade da recessão económica”. “A diminuição do rendimento disponível impacta particularmente 47% do segmento feminino e cerca de 50% dos inquiridos com rendimento superior a 19 mil euros” por ano, lê-se no estudo. Por outro lado, o receio de perder o emprego “tem maior impacto no consumo do segmento mais jovem”.
Em Portugal, quem prevê gastar menos este Natal indica a redução do rendimento disponível (42%) como o principal motivo. Segue-se a expectativa de continuidade da recessão económica (36%).