Lavrar o Mar para semear cultura pelo interior do Algarve
projecto incluído no programa 365 Algarve arranca este mês e prolonga-se por toda a época baixa.
Foi apresentado hoje em conferência de imprensa no Palácio da Ajuda, em Lisboa, o projecto Lavrar o Mar – as artes no alto da serra e na costa Vicentina. O projecto tem como objectivo desenvolver “uma programação artística regular” no Algarve interior, particularmente em Monchique e Aljezur.
O projecto está inserido no Programa 365 Algarve. Este último, com investimento do Turismo de Portugal, procura a valorização da cultura na região. Para Dália Paulo, comissária do 365 Algarve, “é um programa para quem estiver na região naquele momento", que abrange todo o Algarve e que procura que a cultura seja uma parceira do turismo”. O programa, que começou em Outubro, vai até Maio, já que o objectivo é trazer mais actividades à região fora da época em que o Algarve é o destino mais procurado do país. Para a comissária, o programa, que engloba diferentees artes como música, teatro e dança, entre outras, "está a ser muito bem recebido".
Lavrar o Mar começa neste mês. Giacomo Scalisi e Madalena Victorino, comissários do projecto, afirmam que o objectivo do projecto é combater a sazonalidade e criar uma actividade cultural regular na região. “Queremos pôr o território em turbulência na altura em que está adormecido”, conta Madalena Victorino. Já nos meses de Verão, o projecto "hiberna".
Peep & Eat – Espreitar e Comer, teatro culinário da Bélgica da companhia Laika, é a actividade de Novembro, que decorre nos dias 24, 25, 26 e 27, integrada no Festival da Batata Doce de Aljezur. Nos primeiros quatro dias do mês, Peep & Eat estará na Escola EB2,3 de Monchique. Seguem-se também em Dezembro as apresentações de novo circo vindo de França, Maintenant ou Jamais, da companhia Cheptel Aleikoum, Circa Tsuica, e que terá lugar em Monchique, dias 29, 30 e 31.
Em 2017, decorrerão de Janeiro a Março residências e encontros artísticos em Monchique e Aljezur. Em Maio, receberão um festival internacional de artes performativas, cuja programação em detalhe ainda está por anunciar.
Para Rui André, presidente da câmara de Monchique, o projecto “traz uma marca e uma identidade”. Já José Amarelinho, presidente da câmara de Aljezur, diz que “o projecto é importante pela forma de estimular as comunidades e por fomentar cumplicidade entre Monchique e Aljezur”. O secretário de Estado da Cultura, Miguel Honrado, completa ainda as opiniões de ambos ao afirmar que esta "é uma forma de desenvolver o território" ao associar cultura e turismo.