Forças iraquianas entram em Mossul, Daesh responde com milhares como escudo humano

Forças iraquianas lançaram ataque a zona de Mossul já dentro dos limites da cidade. ONU fala em uso de milhares de pessoas como escudo humano.

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Imagens de combates nos arredores de Mossul AFP/BULENT KILIC
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As forças iraquianas que combatem o Daesh em Mossul iniciaram a ofensiva numa zona já dentro dos limites da cidade, num bairro oriental e garantem agora que já tomaram a sede da televisão de Mossul. Com os avanços nas últimas semanas, o Daesh tem deslocado milhares de pessoas cada vez mais para o interior de Mossul na tentativa de as usar como escudo humano, acreditam as Nações Unidas. Já esta terça-feira, militantes do Daesh mataram 40 antigos membros das forças de segurança iraquianas, que tinham sido feitos reféns.

A ofensiva das forças iraquianas, no bairro de Gogjali, tem um significado para o Iraque, uma vez que se conseguir tomar o bairro é a primeira vez que retoma controlo dentro dos limites da cidade. Mossul foi tomada pelo Daesh em 2014. Contudo, os relatos dos media internacionais dão conta de uma batalha intensa de um lado e de outro, com os extremistas islâmicos a provocarem incêndios em poços de petróleo provocando fumo negro e assim dificultando a visibilidade para os ataques aéreos.

Além disso, como retaliação, militantes do Daesh mataram 40 antigos combatentes das forças de segurança do Iraque e atiraram os seus corpos ao rio Tigre, contou Ravina Shamdasani, porta-voz do Alto-Comissariado da Nações Unidas para os Direitos Humanos, citando relatos obtidos no terreno.

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Ao passo que as forças iraquianas que lutam contra o Daesh, apoiadas pelos EUA, avançam para a cidade de Mossul, o último grande reduto do grupo naquele país, os combatentes jihadistas iniciaram movimentações de milhares de civis que preocupam a ONU.

Segundo a mesma responsável das Nações Unidas, militantes do Daesh tentaram ainda transportar cerca de 25 mil civis de Hammam al-Alil, uma cidade a sul de Mossul, para perto da cidade iraquiana em autocarros e camiões durante a noite de segunda para terça-feira.

"Temos sérias preocupações com estas dezenas de milhares de civis que, alegadamente, foram forçados a deslocarem-se pelo ISIS [Daesh] nas últimas duas semanas", disse a responsável da ONU. Ainda segundo Ravina Shamdasani, estas pessoas podem estar a ser usadas como escudos humanos para que os extremistas mantenham as suas posições em Mossul. A movimentação de autocarros e camiões em direcção a Mossul "parece sustentar a afirmação de que eles estão a planear usar estas pessoas como escudos humanos, bem como assegurara que a área é densamente povoada com civis para assim evitarem uma operação militar contra eles".

Perante a pressão dos aviões da coligação que combate os jihadistas, muitos dos camiões tiveram de regressar a Hammam al-Alil, mas alguns conseguiram chegar a Abusaif, 15 km a norte de Hammam al-Alil.

Entretanto, o exército iraquiano fez saber que já tomou a sede da televisão de Mosul, no bairo de Kukyeli. Citado pelo El País, o chefe das operações conjuntas iraquianas, o tenente Taleb Shagati, dá conta da vitória: "Tomar a televisão de Mosul significa tomar a cidade". A televisão daquela cidade deixou de emitir desde que os extremistas do Daesh invadiram a cidade, em 2014. 

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Na mesma ofensiva, o exército iraquiano diz ter libertado civis daquele bairro da periferia.

Chegada às portas de Mossul, ofensiva entra na fase dificil

 

 

 

 

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