Surto de cólera no Iémen estará a afectar mais de 1400 pessoas
Os 1410 casos suspeitos estão espalhados por quase metade das regiões do país
É um aumento galopante: nas últimas três semanas terão aparecido 1410 novos casos de cólera no Iémen, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).
O surto de cólera foi anunciado a 6 de Outubro pelas autoridades de Sanaa, que quatro dias depois davam conta de 24 casos suspeitos; mas no dia 11, um responsável da OMS no Iémen afiançava que “a doença não se tinha espalhado”. No entanto, na sexta-feira, o porta-voz daquela organização da ONU, Tarik Jasarevic, veio apresentar um cenário bem diferente: há 1410 casos suspeitos de cólera espalhados por 10 das 23 regiões do país, sobretudo em Taiz, Aden, Lahj, Hodeida e Sanaa.
Uma avanço rápido da doença irá certamente agravar a crise humanitária que de acordo com a UNICEF está a deixar 7,4 milhões de crianças a necessitar de assistência médica e 370 mil em risco de malnutrição aguda severa (há um total de 1,5 milhões de crianças que sofrem de malnutrição). Os 18 meses de guerra destruíram a maioria das infraestruturas, incluindo instalações sanitárias e de abastecimento de água potável naquele que já era o mais pobre dos países árabes.
Apesar de a maioria dos casos não apresentar sintomas, ou manifestar apenas sintomas moderados que podem ser tratados com hidratação, nos casos mais graves a doença pode matar em poucas horas se não for tratada com medicamentos intravenosos e antibióticos. A doença transmite-se através de água contaminada e causa diarreia aguda, podendo ser fatal em 15% dos casos em que não há tratamento, adianta a UNICEF.
O conflito no Iémen matou até agora mais de 10 mil pessoas e obrigou vários milhões a deslocarem-se. A coligação liderada pela Arábia Saudita apoia Abdo Rabbu Mansur Hadi, líder do Governo que vem sendo contestado pelos rebeldes huthi, apoiados pelo Irão e que controlam uma grande parte do Norte do Iémen.