Femina 2016 de romance estrangeiro para Rabih Alameddine
Entre os finalistas ao prémio literário francês estavam os portugueses Valério Romão e Gonçalo M. Tavares.
O júri do Femina acaba de anunciar que o romance francês do ano é Le garçon, de Marcus Malte. O prémio literário francês, que tem mais duas categorias, escolheu na área do ensaio Charlotte Delbo, La vie retrouvée, de Ghislaine Dunant, e na da ficção estrangeira traduzida Les vies de papier, do escritor e pintor americano de origem libanesa Rabih Alameddine. O livro, que no original tem por título An Unnecessary Woman, será publicado pela Porto Editora durante o próximo ano.
Entre os finalistas da edição deste ano na categoria de romance estrangeiro estavam dois escritores portugueses: Valério Romão, com Autismo (editado pela Chandeigne e traduzido por Elisabeth Monteiro Rodrigues), e Gonçalo M. Tavares, com Matteo Perdeu o Emprego (Viviane Hamy, tradução de Dominique Nédellec).
Autismo (2012 ) é a primeira obra de Valério Romão, foi editada em Portugal pela abysmo e faz parte da trilogia Paternidades Falhadas, que também inclui O da Joana, inédito em França, país onde o escritor nasceu, em 1974, e onde ainda não tem outras obras traduzidas (o terceiro e último volume da trilogia vai chamar-se Alzheimer, e ainda não saiu).
Também tradutor, dramaturgo (peças como A Mala) e contista (veja-se o volume Da Família , que reúne vários), Valério Romão é ainda o autor de Dez Razões para Aspirar a ser Gato e de Facas.
Matteo Perdeu o Emprego integra a extensíssima bibliografia de Gonçalo M. Tavares e saiu na Porto Editora há já seis anos. É a segunda vez, aliás, que Tavares está entre os finalistas do Femina – a primeira foi precisamente em 2010, com Aprender a Rezar na Era da Técnica, também traduzido por Dominique Nédellec, mas publicado em Portugal pela Caminho (2007).
Com um catálogo que atravessa múltiplos géneros – romance, conto, teatro, epopeia, literatura juvenil –, Gonçalo M. Tavares é autor de títulos como Jerusalém, Uma Menina está Perdida no seu Século à Procura do Pai, O Torcicologista, Excelência, Uma Viagem à Índia e Viagem ao País da Levitação, e tem já vários livros traduzidos em França.
Este prémio literário que já tem mais de 100 anos mas só em 1985 começou a ter uma categoria destinada a autores não-franceses já foi parar às mãos de um português – Vergílio Ferreira recebeu-o em 1990 com Manhã Submersa.