Como eleger Trump

Clinton e as pessoas que querem que ela ganhe deveriam deixar-se de triunfalismos precoces.

De repente toda a gente se convenceu que Hilary Clinton vai ganhar. É sempre perigoso ter a certeza de uma vitória. Sobretudo para quem conta vencer.

Há muitas pessoas que só votarão em Clinton se pensarem que, se não o fizerem, Trump poderá tornar-se Presidente dos EUA. São pessoas que não gostam de Clinton e que não votariam nela se o adversário não fosse Trump.

Este voto “o menor de dois males” é notoriamente precário. Os apoiantes de Trump não deixarão de votar nele só porque as sondagens dizem que ele não pode ganhar. Pelo contrário as sondagens e a opinião dominante – quase totalitária nos media tradicionais – agem como uma provocação à desobediência.

Nas eleições democráticas o voto de cada pessoa vale tanto como o de outra. É bom lembrarmo-nos deste facto. O voto da pessoa mais malvada e ignorante vale tanto como o voto de um santo omnisciente.

As eleições são uma questão de aritmética e não de política. Ganha quem tiver acumulado mais votos, venham eles de onde vierem.

Ao dizer que a eleição está ganha e que Clinton será a vencedora está-se a dissuadir pessoas de ir votar em Clinton e a encorajar-se pessoas a ir votar em Trump. As pessoas não querem votar em quem ganha. Querem que ganhe a pessoa em quem votaram.

Clinton e as pessoas que querem que ela ganhe deveriam deixar-se de triunfalismos precoces e realçar a possibilidade real de Trump ser eleito. Se ele for eleito a culpa será de quem não foi votar em Clinton, por achar que não valia a pena. Vale.

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