Setembro foi o mais quente dos últimos 32 anos

IPMA diz que foi o terceiro mais quente desde 1931. Só os meses de Setembro de 1985 e de 1978 registaram temperaturas mais altas.

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Mértola foi uma das cidades a atingir recordes nas temperaturas médias alguma vez registadas em Setembro Nuno Oliveira

As temperaturas mais altas do ano foram atingidas nos dias 5 e 6 de Setembro, como já tinha sido anunciado. Agora a informação disponível para todo o mês de Setembro permite ao Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) dizer que o valor médio da temperatura máxima do último mês – ao atingir os 28,96 graus celsius – foi muito superior ao normal e o terceiro mais alto desde 1931.

Antes de 2016, só os meses de Setembro de 1985 e de 1978 tinham atingido valores recorde. Ou seja: Setembro deste ano foi o mais quente "dos últimos 32 anos", segundo o IPMA.

Na cidade de Lisboa, por exemplo, o anterior recorde de 37,3 graus para Setembro foi ultrapassado. Este ano, a capital chegou aos 39,2 no dia 5 de Setembro. O mesmo aconteceu em três quartos das estações meteorológicas em Portugal continental. Lousã, Elvas, Mértola, Mora, Évora, Beja e Viseu são apenas alguns dos locais onde esses recordes das temperaturas médias alguma vez atingidas em Setembro foram ultrapassados este ano.

Excepcional foi o facto de esses recordes voltarem a ser ultrapassados no dia seguinte (6 de Setembro) em cerca de um quarto das 82 estações meteorológicas de Portugal continental onde tal já tinha acontecido na véspera. O recorde foi assim duplamente batido em dias consecutivos em 24% das estações meteorológicas do continente, o que a climatologista Fátima Espírito Santo, do IPMA, descreve como uma situação "muito pouco frequente" e um fenómeno "muito interessante".

Apenas nas regiões do litoral Norte e Centro e no litoral Sul do Algarve (excepto Sagres) os anteriores máximos não foram ultrapassados, acrescenta. Pouco habitual foi também a quantidade de chuva que se fez sentir no mês passado. Choveu menos de dois terços (58%) do que chove habitualmente em Setembro.

Já no que toca a temperaturas máximas, as estações do IPMA registaram 45 graus na Lousã (no distrito de Coimbra), 44,3 na Amareleja e em Beja (Alentejo), e 44,1 em Pegões (Montijo). Em Lisboa, os termómetros atingiram os 41,4 graus e em Setúbal 42,1. Nestes dias em que a Lousã foi a mais quente do país, os valores médios da temperatura máxima (38,6 graus) e mínima (19,8 graus) corresponderam também aos valores mais altos do ano, segundo o instituto.

A onda de calor registada na primeira semana de Setembro deveu-se principalmente a um anticiclone localizado na região dos Açores, que "por vezes se estendeu em crista sobre o Golfo da Biscaia".

Já no mês de Outubro, as temperaturas permaneceram altas durante o dia, e baixas à noite, o que do ponto de vista da saúde é "benéfico", diz ainda a especialista, porque permite ao corpo recuperar e às habitações não ficarem nem muito quentes nem muito frias. Até esta segunda-feira, a temperatura máxima atingida em Outubro foi 34,2 graus celsius. O Outubro mais quente desde que há registos foi em 2011. Com Lusa

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