Banco de Portugal diz que défice de 2,5% este ano é possível
Execução está em linha com as exigências das autoridades europeias, diz o banco, que ainda assim alerta para a existência de “factores de risco não negligenciáveis”.
Os dados da execução orçamental conhecidos até agora permitem acreditar que cumprir as exigências das autoridades europeias em relação ao défice será possível durante este ano, reconhece esta sexta-feira o Banco de Portugal.
No boletim económico em que actualiza as suas projecções para a economia portuguesa, a entidade liderada por Carlos Costa não apresenta, como é hábito, estimativas para o défice público. No entanto, revela ter a expectativa de o Governo poderá conseguir pelo menos apresentar um défice não superior a 2,5%, o valor que lhe foi pedido pelas autoridades europeias, na sequência do agravamento do procedimento por défice excessivo.
“A evidência disponível para o primeiro semestre parece sugerir que o objectivo para o défice estabelecido pelo Conselho da União Europeia para o conjunto de 2016 pode ser atingido”, diz o banco central no seu relatório.
Este reconhecimento está em linha com aquilo que o Governo tem dito, quando defende que os dados da execução orçamental estão em linha com o orçamento, embora no caso do Executivo se continue a falar de um défice de 2,2% em 2016, a meta definida no Orçamento do Estado.
No entanto, o Banco de Portugal deixa vários avisos. “Deve sublinhar-se que a execução orçamental no segundo semestre continua a ser muito exigente e sujeita a factores de risco não negligenciáveis”, diz o relatório, que lembra ainda que “o nível de dívida pública em percentagem do PIB permanece muito elevado e numa trajectória ainda não claramente descendente”. Para o banco, este facto “reforça a importância de cumprir os compromissos assumidos no âmbito das regras orçamentais europeias”, nomeadamente o ritmo de redução do défice estrutural.