O anterior Governo deixa como herança um conjunto de casos polémicos, uns porque os nomes escolhidos tinham ligações ao PSD e ao CDS, outros porque o parecer da Cresap ficou na gaveta e há ainda situações em que os gestores públicos propostos pelo Governo foram travados pela Cresap. Já a actuação do executivo de António Costa fica marcada pelo afastamento de dezenas de dirigentes que tinham sido escolhidos na sequência dos concursos da Cresap, nomeando para o seu lugar outras pessoas em regime de substituição. Alguns dos casos já foram parar a tribunal.

Suspeitas de pressão no Metro do Porto

Logo em Julho de 2012, a Cresap chumbou dois nomes para a administração da Metro do Porto, a poucas horas da assembleia geral para designar a nova equipa de gestão, o que gerou especulação sobre eventuais pressões políticas.

Gestores da Parque Escolar barrados com estrondo

Dois dos nomes escolhidos para a empresa pelos ex-ministros Nuno Crato e Maria Luís Albuquerque foram barrados com estrondo pela comissão, em Maio de 2013, o que levou a uma alteração das regras: os pareceres deixaram de ser publicados na íntegra, passando a ser divulgadas apenas as conclusões.

Administrador da Sofid nomeado com limitações

Em Novembro de 2013, o ex-secretário de Estado de Paulo Portas, Francisco Almeida Leite, foi nomeado administrador da Sociedade para o Financiamento do Desenvolvimento, apesar de a comissão ter entendido que tinha limitações. A controvérsia subiu de tom com notícias sobre a tentativa fracassada de o nomear presidente, que esbarrou nas reservas da Cresap.

Segurança Social com boys do PSD e do CDS

As nomeações para as direcções dos centros distritais da Segurança Social causaram polémica em 2015 porque grande parte dos escolhidos tinha ligações aos dois partidos no Governo, PSD e CDS.

Paracer da ANAC ficou na gaveta

O parecer negativo que a Cresap deu, no Verão do ano passado, a uma administradora do regulador da aviação ficou na gaveta. A gestora acabou por ser nomeada, em substituição, apesar do chumbo e viria a ser afastada só pelo actual executivo.

Arguida dos vistos gold era vogal

A comissão também se viu envolvida no escândalo dos vistos gold no ano passado, já que uma das arguidas era vogal não permanente e foi acusada de manipular concursos para dirigentes do Estado.

Depois de demissão dirigente do Tesouro volta ao lugar

A responsável máxima da Direcção-Geral do Tesouro e Finanças demitiu-se em Julho de 2013, em plena crise dos swaps, e no ano seguinte voltou a concorrer ao cargo. Ficou nos três primeiros lugares do concurso e acabou por voltar ao lugar.