Governo quer dar incentivos aos médicos que queiram exercer no interior
O Ministério da Saúde está disposto a pagar um acréscimo de 40% no salário aos médicos que queiram exercer a profissão fora dos grandes centros.
O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, afirmou nesta sexta-feira que o Governo tem "aberto caminho" para uma nova abordagem de incentivos que dá aos médicos a possibilidade de encararem o seu futuro profissional fora dos grandes centros.
"O procedimento legislativo foi aprovado na generalidade no Conselho de Ministros temático para a saúde e, agora, há trabalho a fazer com as organizações sindicais e os representantes dos médicos", disse à margem da cerimónia de homenagem ao presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Porto (CHP), Sollari Allegro.
O governante considerou que esta alteração pode transformar de "forma significativa" a realidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS), acrescentando que "pela primeira vez" o governo encara de frente a necessidade de proteger o interior e de dignificar as condições do exercício da profissão médica.
"Queremos acabar com esta dependência de empresas prestadoras de trabalho médico que tão mal tem feito ao sistema de saúde e à qualidade dos serviços, sobretudo em zonas do país que têm direito a ser tratadas como é tratado o Porto e Lisboa", salientou.
A edição do Jornal de Notícias (JN) de hoje revela que os médicos que optem por trabalhar no interior e noutras zonas onde há falta de especialistas ganharão mais de mil euros mensais, para além dos incentivos já anunciados pelo Ministério da Saúde.
"O Ministério da Saúde está disposto a pagar um acréscimo de 40% no salário, tendo por referência a remuneração base atribuída a quem inicia a carreira. Feitas as contas auferirão mais 1098,50 euros mensais brutos", lê-se no diário.
A proposta consta do Programa Nacional para a Coesão Territorial e é uma das medidas do novo pacote de incentivos para a colocação de médicos nas áreas do país onde há maior carência de clínicos, depois do plano traçado pelo anterior ministro da Saúde, Paulo Macedo, ter convencido apenas 20 médicos, adiantou.