Elza Soares já esteve em Portugal por diversas vezes. Cantou na televisão portuguesa no início dos anos 1970. Actuou por cá já na primeira década do novo século, num momento de novo renascimento artístico, um dos muitos que protagonizou desde que foi reconhecida como uma das grandes cantoras do samba brasileiro, no início da década de 1960. Novamente renascida, regressa agora. Em Novembro, Elza Soares, A Mulher do Fim do Mundo, estará em Portugal para dois concertos. Dia 24 na Casa da Música, no Porto. Depois, desce ao Vodafone Mexefest, festival que acontece em Lisboa dias 25 e 26 de Novembro (o dia exacto da actuação não foi ainda revelado).

Em 2015, aos 78 anos, Elza Soares editou no Brasil o seu primeiro álbum de originais. Intitulado A Mulher do Fim do Mundo e reeditado este ano no resto do mundo, tem sido aclamado como vibrante e tocante prova de vida de uma cantora que, apesar de ter no samba o seu centro vital, sempre procurou que a sua música abarcasse mais.

Rodeada de uma nova geração de músicos que, em São Paulo, vêm trabalhando a tradição brasileira sob novas formas, injectando-lhe electricidade rock, sujidade punk e as pulsões electrónicas da actualidade, Elza Soares gravou um álbum em que a sua voz, indomável e sem contemplações, denuncia aquilo que mais a preocupa no mundo em que vive hoje. É um álbum em que a condição feminina, a violência doméstica, o racismo e a discriminação sexual se cruzam com um olhar poetizado sobre a sua longa vida. Um álbum em que, como dizia recentemente em entrevista ao Ípsilon, quis “dar voz a toda a gente que está sofrendo”. 

Os bilhetes para o concerto na Casa da Música custam 30€. As entradas para o Vodafone Mexefest, que já tem confirmados Charles Bradley, Talib Kweli ou Mallu Magalhães, custam 40€ até 30 de Setembro e 45€ a partir de 1 de Outubro.

Elza Soares, choque de vida