Vice do PSD: “Não desautoriza Passos Coelho quem quer”
Teresa Leal Coelho reage à nomeação de José Eduardo Martins como coordenador do programa eleitoral de Lisboa por parte da concelhia.
A vice-presidente do PSD, Teresa Leal Coelho, desvaloriza a nomeação por parte da concelhia do PSD/Lisboa de um coordenador para o programa eleitoral autárquico e afirma que a direcção do partido continua “serena” a cumprir o calendário definido. Só no primeiro trimestre de 2017 haverá candidato à Câmara Municipal de Lisboa.
“Não desautoriza o partido quem quer, desautoriza quem pode”, afirma ao PÚBLICO a dirigente nacional e vereadora na câmara de Lisboa. A declaração surge um dia depois de o presidente da concelhia do PSD/Lisboa, Mauro Xavier, ter indicado José Eduardo Martins para coordenador do programa eleitoral da capital para as autárquicas do próximo ano. A decisão não foi articulada com a direcção nacional. “Essa comunicação responsabiliza o próprio autor”, diz a vice-presidente do partido, questionando o timing do anúncio quando é conhecido o calendário do partido: “Qual é a pressa?”.
Teresa Leal Coelho desafia mesmo o presidente da concelhia a assumir quais os apoios que tem para anunciar esta decisão. “Em democracia, a transparência é a regra, aqueles que têm os apoios de um anúncio público têm de ser revelados”, sustenta.
A vice-presidente refere que a direcção do partido está “serena” quanto ao calendário definido para as eleições autárquicas do próximo ano e nesse sentido só no início do próximo ano o partido avançará com um candidato, mesmo depois de a líder do CDS-PP, Assunção Cristas, se ter apresentado como candidata. Até lá, o espaço é de debate de propostas. Foi aliás com esse argumento que Mauro Xavier indicou José Eduardo Martins para coordenar o programa eleitoral e trabalhar as propostas para a capital.
O antigo secretário de Estado do Ambiente, que é crítico da actual direcção de Passos Coelho, já tinha sido dado como um possível candidato do PSD à Câmara de Lisboa e era aliás um dos favoritos do líder da concelhia.
Em declarações ao PÚBLICO, José Eduardo Martins disse estar "animadíssimo" com o convite, lembrando que há seis anos que o partido não lhe pedia um contributo.