Podemos rompe acordo com socialistas em Castela-Mancha
Pablo Iglesias pressiona os “barões” regionais adversários de um pacto com o seu partido
Horas depois do descalabro socialista na Galiza e no País Basco, o Podemos comunicou ao presidente socialista da comunidade autónoma de Castela-Mancha, Emiliano Garcia-Page, a ruptura do pacto de investidura assinado em Junho de 2015 e que permitiu a este dirigente ser eleito e ter maioria no parlamento autónomo. O Partido Popular obteve nas eleições 16 deputados, contra 14 do PSOE e 3 do Podemos.
Os socialistas locais consideraram esta ruptura como uma interferência do Podemos no seu conflito interno, para aumentar a pressão sobre o PSOE nacional no relativo à negociação de um pacto de investidura parlamentar entre Pedro Sánchez e Pablo Iglesias. O Podemos acusou Garcia-Page de estar mais preocupado em “decapitar Sánchez do que em dar vida a Castela-Mancha”.
A ruptura “é um aviso ao resto dos presidentes autónomos contrários a um pacto com Podemos e que governam graças a acordos com o Podemos”, resumiu o diário El Confidencial.
Respondeu um dirigente socialista da região que se ilude quem queira fazer desta “comunidade autónoma uma moeda de troca ou torná-la refém da política nacional”. O alcance da manobra é limitado, porque o Podemos governa grandes cidades graças ao apoio do PSOE e não as quer perder.
As duas eleições de domingo favoreceram Iglesias na relação de forças entre os dois partidos: o Podemos ultrapassou (em votos) os socialistas na Galiza e colocou-se destacadamente à sua frente no País Basco. A curto prazo é do seu interesse apoiar Sánchez; a médio prazo, quer alargar a fractura interna do PSOE, de forma a conquistar a hegemonia na esquerda.