Centro de Medicina e Reabilitação do Sul fecha ambulatório por falta de profissionais
A unidade de saúde, há três anos em gestão provisória, só usa 43 das 54 camas disponíveis, por falta de recursos humanos. O nível dos serviços tem qualidade, mas não chega para todos.
O serviço de ambulatório do Centro de Medicina e Reabilitação do Sul (CMRS), sedeado em São Brás de Alportel, continua encerrado desde o dia 14, por falta de profissionais. A Administração Regional de Saúde (ARS), responsável pela gestão desta unidade de saúde, entretanto, emitiu nesta segunda-feira um comunicado informando que é “elevado o grau de satisfação dos utentes”. De acordo com inquérito realizado aos doentes, atendidos no primeiro semestre deste ano, a satisfação global atinge os 94% dos inquiridos. Os autarcas da regiãosubscreveram, há uma semana, por unanimidade, uma moção exigindo do Governo “medidas claras” para resolver problemas que se arrastam há cerca de três anos.
A qualidade dos serviços, diz o presidente da Câmara, Vítor Guerreiro, “nunca esteve em causa, sempre foram do melhor que se faz nesta área”. O problema, enfatiza o autarca socialista “são as camas que estão encerradas, por falta de meios humanos e técnicos”. O serviço de ambulatório, que dava assistência a um média de três dezenas de pessoas por dia, sublinha, “encerrou, prejudicando gravemente os utentes”. O Centro de Medicina e Reabilitação do Sul encontra-se em gestão provisória, tutelada pela ARS, desde Outubro de 2013. A seu pedido, adiantou, tem reunião marcada com o ministro da Saúde, para debater este assunto, na próxima quinta-feira. De uma capacidade de 54 camas para internamento, esta unidade de saúde, por falta de pessoal, só está a ocupar 43 .
O presidente da Comunidade Intermunicipal do Algarve – Amal, Jorge Botelho, exigiu, em nome dos autarcas, que o Governo apresente “definitivamente medidas claras e conclusivas quanto ao novo modelo de gestão” do CMRS. Os constrangimentos, enfatiza, acumulam-se desde que a gestão passou a ser responsabilidade da ARS, em 2013. A mudança deu-se após a recusa do Tribunal de Contas em prorrogar o contrato de gestão estabelecido no âmbito de uma parceria público-privada com a GPSaúde- Sociedade Gestora do Centro de Medicina Física e Reabilitação do Sul, SA.
A valência do internamento, de acordo com o inquérito conduzido pela ARS, foi a que recebeu maior grau de satisfação por parte dos 97 doentes questionados. A taxa de satisfação durante o internamento, no período compreendido entre Janeiro e Julho de 2016, atingiu os 98%. O vogal da ARS, Nuno Ramos, citado em comunicado, reconhece que “mesmo enfrentando algumas dificuldades”, é com agrado que vê “reconhecido o empenho de uma equipa de profissionais dedicados, que garantem a qualidade e o bom funcionamento desta unidade”. Vítor Guerreiro, por seu lado, lamenta que os profissionais tenham abandonado o serviço por “falta de perspectiva” de carreira profissional.