Cartazes e filmes raros da Colecção Passek

Cinemateca Portuguesa está a homenagear Jean-Loup Passek com uma retrospectiva de filmes e uma mostra de cartazes raros, fotografias e publicações vindas do Museu de Cinema de Melgaço.

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Jean-Loup Passek no (seu) Museu de Cinema de Melgaço Fernando Veludo

Entra esta segunda-feira em última semana a retrospectiva Pela curiosidade total, com que a Cinemateca Portuguesa está a homenagear, em Lisboa, a figura e a acção de Jean-Loup Passek em defesa do património cinematográfico mundial. E os filmes que amanhã serão exibidos na Sala M. Félix Ribeiro – O Prazer, de Max Ophuls (França, 1951); Subúrbios, de Boris Barnet (URSS, 1933); Fome, de Henning Carlsen (Noruega, 1966) –, bem como aquele que encerrará o programa, no próximo dia 30 – Ciúme, de Ferdinando Maria Poggioli (Itália, 1942) – mostram bem a diversidade e a amplitude geográfica, cronológica e estética da visão que aquele historiador tem da arte do cinema.

Em simultâneo com a exibição dos filmes, a Cinemateca faz na capital uma muito pequena, mas representativa, mostra daquilo que é o acervo que Passek doou a Melgaço, e que possibilitou a criação do Museu do Cinema “afectivo” – o adjectivo é do próprio – que desde 2005 pode ser visitado nesta pequena vila do Alto Minho.

Há cartazes originais, e particularmente raros, de grandes clássicos do cinema francês – como L’Atalante (1934), de Jean Vigo, ou aquele que publicita a versão que depois foi imposta ao realizador francês pela produção, que ficou com o nome Le Chaland qui Passe; Les Enfants du Paradis (1945), de Marcel Carné; ou Casque d’Or (1952), de Jacques Becker –, e também uma selecção de três dezenas de cartazes da escola gráfica polaca, que é apenas uma muito pequena mostra da notável colecção que o museu de Melgaço possui relativa às várias cinematografias dos países da Europa do Leste.

Duas vitrinas exibem publicações, desde o incontornável Larousse du Cinéma, dirigido por Passek nas suas primeiras sete edições, além dos catálogos dos ciclos que programou tanto no Centro Pompidou como no Festival de Cinema de La Rochelle. E há ainda algumas fotografias que levantam apenas um pequeno véu sobre as centenas de milhares de imagens que o historiador francês coleccionou ao longo da sua vida.

Uma mostra que é também um convite a uma visita, in loco, ao Museu de Cinema Jean-Loup Passek, em Melgaço. 

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