Antigo pergaminho hebreu foi digitalizado e desembrulhado pela primeira vez

O pergaminho estava queimado, mas a tecnologia permitiu desembrulhar "virtualmente" o documento.

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A imagem detalha um fragmento do pergaminho queimado em Julho de 2015 e que foi agora digitalizado GALI TIBBON/AFP

Um extremamente frágil e antigo pergaminho hebreu foi digitalizado e desembrulhado pela primeira vez, revelando a mais antiga cópia já encontrada de uma escritura da Bíblia do Antigo Testamento, anunciaram alguns investigadores, esta quarta-feira.

Conhecido como o pergaminho Ein Gedi, inclui textos do Livro de Levítico e data de pelo menos até o III ou IV século, possivelmente mais cedo, segundo o relatório publicado na revista Science Advances. De acordo com a revista, decifrar o seu conteúdo será uma "descoberta significativa da arqueologia bíblica".

O pergaminho não é o mais antigo já encontrado. O mais antigo pertence aos Manuscritos do Mar Morto, que vão desde o século III a.C. até ao século II, adianta a revista. Análises de radiocarbono revelaram que o livro Ein Gedi data do III ou IV século.

Alguns especialistas pensam que poderá ser mais velho devido ao estilo de escrita e à forma como as letras estão desenhadas. Os investigadores pensavam que o pergaminho estava perdido porque foi queimado no século VI e era impossível tocar-lhe sem o destruir.

O pergaminho foi encontrado por arqueólogos em 1970 em Ein Gedi, local de uma antiga comunidade judaica, e os seus fragmentos foram preservados pela Autoridade das Antiguidades de Israel durante décadas. Os investigadores utilizaram avançadas ferramentas de digitalização para "virtualmente desembrulhar" o pergaminho e ver o seu conteúdo.

O pergaminho é o mais antigo livro do Pentateuco – relacionado com os primeiros cinco livros das escrituras judaicas ou cristãs – já encontrados.