União Europeia deve rever código de conduta, diz Schulz sobre caso Durão Barroso

O presidente do Parlamento Europeu diz que "é estranho" que Barroso seja consultor da Goldman no caso Brexit.

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Para o representante europeu, as regras não são precisas JOHN THYS/AFP

O presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, afirmou que a União Europeia deve rever o código de conduta, depois das polémicas originadas pela saída de Durão Barroso para a Goldman Sachs.

“Devíamos adaptar o código de conduta para clarificar o que é que os antigos presidentes da Comissão Europeia e os antigos comissários europeus podem fazer”, respondeu Schulz numa entrevista ao jornal alemão Die Welt.

Questionado sobre as regras da União Europeia e se estas seriam demasiado brandas ou vagas, Schulz respondeu que “não são suficientemente precisas”. “É normal que um antigo presidente da Comissão Europeia procure um novo emprego. Ninguém terá qualquer problema se ele escrever um livro ou ensinar numa universidade. Mas é estranho que [Durão] Barroso queira aconselhar o maior banco de investimento no caso 'Brexit'”, analisou Schulz.

No domingo, o sucessor de Durão Barroso e presidente da Comissão Europeia desde 2014, Jean-Claude Juncker, abriu uma investigação para averiguar se tinha existido alguma quebra no protocolo e algum conflito ético, na decisão de Barroso de assumir a frente do banco de investimento norte-americano. Durão Barroso já respondeu à decisão de Juncker, dizendo que se sente “discriminado” e considera que está a ter um tratamento diferente dos anteriores representantes europeus.

“Apesar de respeitar que todos tenham direito à sua própria opinião, as regras são claras e devem ser respeitadas. Estas acusações são infundadas e totalmente imerecidas. São discriminatórias contra mim e contra a Goldman Sachs", defendeu o antigo primeiro-ministro português, que deixará de ser recebido em Bruxelas como antigo presidente da Comissão.

O banco de investimento nomeou Durão Barroso como consultor, duas semanas depois de os britânicos terem escolhido a saída da União Europeia. À data, o PÚBLICO soube que o convite foi feito antes do referendo britânico.

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