Ataques do 11 de Setembro ainda continuam a matar por doença
Número de doentes de cancro já ultrapassa o das vítimas no dia dos atentados
Marcy Borders estava na Torre Sul no dia 11 de Setembro. Conseguiu sair antes de a torre desmoronar, coberta de pó: cabelo, cara, mãos, o colar de pérolas também – há uma foto dela nesse dia, e ficou conhecida como “Dust Lady” por causa dessa imagem. No ano passado, Borders morreu, aos 42 anos, vítima de cancro no estômago. Antes estava saudável e não havia antecedentes na família. Muito provavelmente, foi vítima dos ataques de 11 de Setembro.
Merita Zejnuni passou esse dia a limpar a sua empresa perto das Torres Gémeas, sem máscaras ou acesso a água. Ficou por dois dias antes de regressar a casa e livrar-se finalmente do pó, contou ao diário britânico The Guardian. Este Verão, fez uma dupla mastectomia depois de lhe ter sido detectado cancro de mama e uma mancha nos pulmões, apesar de nunca ter fumado.
Quinze anos depois do 11 de Setembro, milhares de pessoas continuam a sofrer efeitos na saúde da libertação de uma enorme quantidade de agentes cancerígenos no ar da baixa de Manhattan. O número de mortos por problemas de saúde relacionados com os ataques já está a ultrapassar o número de vítimas directas do ataque.
Christine Todd Whitman, na altura responsável da Agência de Protecção do Ambiente (EPA), disse então que não havia problemas no ar. Em declarações ao Guardian, Whitman admitiu que estava errada, mas argumentou que era a informação de que dispunha na altura.
O embate dos aviões nas Torres Gémeas e o seu desmoronamento deixaram 2753 mortos – 184 outras pessoas morreram no Pentágono, em Washington, e 40 no avião que caiu na Pensilvânia. Em Maio do ano passado, a autoridade de saúde norte-americana dizia que 3700 sobreviventes, bombeiros, polícias, e trabalhadores dos serviços de emergência foram diagnosticados com cancros atribuídos ao atentado.