Governo diz que Portugal tem “uma economia em recuperação”
Dados de redução do desemprego são, segundo Vieira da Silva, a prova de que a economia não está estagnada.
Depois das críticas feitas pela oposição na sequência dos dados do PIB divulgados pelo INE, o Governo voltou a defender esta quinta-feira que existem “sinais sólidos de que a economia portuguesa tem factores de dinamismo” e que está neste momento num processo de recuperação.
A falar na conferência de imprensa que se seguiu ao conselho de ministros, o ministro da Segurança Social, Vieira da Silva, começou por reconhecer que os dados divulgados “ainda estão longe dos objectivos que o Governo quer atingir”, mas recusou as acusações da oposição de que se estaria perante uma situação de estagnação. “A economia portuguesa não é uma economia em estagnação, é uma economia em recuperação económica”, disse.
Na quarta-feira, o INE revelou que a economia portuguesa cresceu 0,3% durante o segundo trimestre deste ano, colocando a variação homóloga do PIB nos 0,9%. Estes dados são muito semelhantes aos que já se tinham registado no primeiro trimetre do ano (crescimento de 0,2% em cadeia e 0,9% em termos homólogos) e tornam muito difícil a concretização do crescimento de 1,8% no total de 2016 previsto pelo Governo no OE.
Foi nos dados do emprego, que foram divulgados em dias semanas anteriores, que o ministro se baseou para justificar a sua visão mais positiva da actual conjuntura. “Os dados apontam para uma significativa e continuada diminuição do desemprego”, disse, defendendo que “uma economia que atinge o desemprego mais baixo desde o início da crise internacional não é uma economia em estagnação”.
Vieira da Silva revelou que os ministros discutiram na reunião desta quinta-feira a situação da economia, preparando-se nas próximas semanas para delinearem o orçamento para 2017, com três objectivos: “reforçar o crescimentos, diminuir o desemprego e garantir o cumprimento dos compromissos europeus”.
O ministro afirmou que o Governo vai manter em 2017 “o objectivo de recuperação do rendimento dos portugueses”, mas não quis revelar qual a decisão a tomar em relação às pensões, dizendo que tal “ainda não está decidido”. “Temos todas as condições para chegar a um ponto de entendimento com as outras forças políticas”, garantiu.