Fogo em Abrantes mobiliza mais de 300 operacionais
Chamas ameaçam duas aldeias. Já andam atrás das casas
Está a ameaçar duas aldeias o incêndio que deflagrou às 15h51 desta terça-feira no concelho de Abrantes, no distrito de Santarém. Ao cair da noite, várias famílias tentavam ajudar os bombeiros evitar o pior. O incêndio mantinha três frentes activas e já alcançara o anexo de uma casa.
Tudo começou no pico do calor, em Sentieiras, na freguesia de Fontes, no concelho de Abrantes, numa zona florestal. As chamas primeiro viraram-se para a barragem de Castelo de Bode, que integra o conjunto de barragens da bacia do rio Zêzere. Depois, mudaram de direcção. Avançaram, então, com grande intensidade, até à freguesia de Carvalhal.
Por volta das 18h00, a presidente da Câmara Municipal de Abrantes, Maria do Céu Albuquerque, declarou à Lusa que havia casas que podiam “estar em perigo, pelo sentido do vento", nomeadamente nas aldeias de Fontes e Carvalhal, no norte do concelho, área de grande densidade florestal.
Cerca das 20h00, as chamas já lavravam atrás de diversas casas, queimando os matos existentes nos quintais. No noticiário da SIC, podia ver-se como se aproximara e tomara conta de um anexo de uma casa que o repórter, no local, em directo, não sabia dizer se estava ou não habitada.
Já perto das 21h, aquele era o incêndio mais importante no registo da Autoridade Nacional de Protecção Civil. O fogo continuava a lavrar em mato e povoamento e mobilizava 344 operacionais, 279 dos quais bombeiros, apoiados por 109 meios terrestres. Os três meios aéreos já se tinham retirado.
“A situação é muito preocupante e as pessoas estão todas nas ruas e no miradouro a acompanhar o evoluir das chamas”, dissera já à Lusa a presidente da Junta de Freguesia de Fontes, Sónia Alagoa. “Estamos todos muito apreensivos porque não esquecemos a devastação que os fogos causaram aqui em 2005”, disse ainda.
Há uma semana, durante mais de quatro horas, mais de duzentos bombeiros combateram um incêndio em Concavada, ali mesmo, em Abrantes. O fogo deflagrou às 15h09 e entrou na fase de rescaldo às 19h13. Sempre em área florestal, e “em condições muito adversas ao combate, pelo forte vento”, ao que então explicou o operador de serviço no Comando Distrital de Operações de Socorro.