Passos: “Eu não sou pessimista; os números infelizmente é que não são bons”

Líder do PSD critica falta de comentários do Governo sobre os dados do INE que mostram abrandamento da economia. “É muito negativo quando os governantes fazem de conta que não vêm a realidade”, afirmou à chegada à Festa do Pontal.

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Passos recusou fazer qualquer avaliação sobre a resposta que o Governo está a dar no terreno aos incêndios Lara Jacinto/nFACTOS

O presidente do PSD não desarma: os seus avisos de que poderá vir aí o diabo se o Governo continua pelo mesmo caminho são apenas uma leitura fiel da realidade. “Eu não sou pessimista, os números infelizmente é que não são bons. Não é uma questão de opinião”, argumentou Pedro Passos Coelho à chegada à Festa do Pontal, na cidade algarvia de Quarteira.

“Eu gostava de estar mais optimista para o país porque isso era um bom sinal para toda a gente. Mas acho que é muito negativo quando os governantes fazem de conta que não vêem a realidade. Isso normalmente é um mau sinal para futuro e eu gostaria que o nosso futuro pudesse ser melhor do que aquilo que os números que têm sido divulgados apontam”, vincou ainda aos jornalistas quando questionado sobre o seu sistemático discurso pessimista dos últimos meses.

Sobre os dados económicos do segundo trimestre, divulgados anteontem pelo INE – Instituto Nacional de Estatística, que mostram que a economia nacional cresceu apenas 0,2% em relação ao trimestre anterior e 0,8% em relação ao trimestre homólogo, Passos Coelho começou por criticar a falta de comentários de alguém da equipa de António Costa e por o Governo se ter cingido a fazer um comunicado.

“Não são números bons, de facto. Mostram que a nossa economia está a crescer sensivelmente metade do que estava há um ano”, realçou Passos Coelho para comparar com o seu tempo de Governo. E se o “consumo não cresce tanto quanto se esperava” e se o investimento também tem um “desempenho muito negativo”, a receita pública acabará por sofrer.

E atira para António Costa a responsabilidade de, na preparação do OE2017, “avaliar devidamente qual a melhor maneira de corrigir a trajectória e sobretudo dar credibilidade aos números que vier a apresentar, já que os que constam do OE deste ano estão a ser desmentidos pela realidade”.

Questionado sobre o combate aos incêndios, Pedro Passos Coelho recusou fazer qualquer avaliação sobre a resposta que o Governo está a dar no terreno defendendo que este é o tempo do combate no terreno. “ Não nos aproveitamos politicamente destas tragédias nem da desgraça para fazer política.” Mas avisou: “Vai haver uma altura em que faremos uma avaliação política da forma como todo o dispositivo respondeu  e como o Governo actuou neste contexto.”

 

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