Mais uma medalha de ouro para Katie Ledecky
Terceiro título olímpico no Rio de Janeiro em quatro finais para a norte-americana de 19 anos, que ainda terá os 800m para reforçar o estatuto de rainha do estilo livre.
Katie Ledecky já não vai ter a sua campanha do ouro perfeita. Já não vai conseguir cumprir cinco títulos nos cinco eventos em que está inscrita, mas vai ficar perto. Em mais uma jornada da natação olímpica no Rio de Janeiro, a rainha do estilo livre comandou a estafeta norte-americana dos 4x200m livres até à medalha de ouro, vingando-se da Austrália, que, dias antes, tinha batido as americanas nos 4x400m livres com um novo recorde do mundo, a única prova em que Ledecky falhou o ouro – mas ficou com prata. Para já, a contagem vai em três ouros e uma prata, e ainda pode chegar a mais um.
Até Ledecky saltar para a piscina, as norte-americanas estiveram sempre atrás das australianas, mas assim que ela entrou, fez a diferença, nadando quase três segundos abaixo da australiana que a acompanhava, Tamsin Cook. A Austrália ficou-se pela prata e o Canadá ganhou o bronze. Ledecky, que tem apenas 19 anos, ainda vai nadar mais uma prova, os 800m livres, a prova mais longa da natação feminina, e já está mais que ultrapassada a única medalha de ouro conquistada nos Jogos de Londres em 2012.
Na primeira final da noite, os 200m bruços, algo que não costuma acontecer muitas vezes. A medalha de ouro não veio de nenhuma das pistas do meio, indicadoras dos melhores tempos nas eliminatórias, mas de uma das pistas de fora, a oito. Numa prova que parecia condenada a ser um assunto japonês, o cazaque Dmitriy Balandin, que tinha entrado na final com o pior tempo dos oito, acelerou por fora e conquistou a segunda medalha de ouro para o Kazaquistão nos Jogos. Na viragem para os últimos 50m, Balandin ainda estava em segundo, mas garantiu o ouro nos metros finais, com 2m07,46s, deixando o norte-americano Josh Prenot com a prata e o russo Anton Chupkov, que virou para a última piscina em último, com o bronze. Ippei Watanabe, que estabelecera um recorde olímpico na “meias”, ficou-se pelo sexto lugar.
Nos 200m mariposa femininos, a espanhola Mireia Belmonte conquistou finalmente a sua primeira medalha de ouro olímpica, nesta sua terceira participação nos Jogos. Numa prova disputada até aos últimos metros, a espanhola superiorizou-se à australiana Madeline Groves por apenas 0,03s para conquistar a sua segunda medalha no Rio – já havia sido bronze nos 400m estilos – e a sua quarta medalha olímpica – prata nos 200m mariposa e 800m livres em Londres. Tal como aconteceram em 2012, a japonesa Natsumi Hoshi ficou com o bronze.
Nos 100m livres, esperava-se um duelo entre Austrália e EUA e o ouro caiu para o adolescente australiano Kyle Chalmers, com apenas 18 anos. Há 48 anos que a Austrália não tinha a medalha de ouro nesta distância e Chalmers acabou com esse jejum, enquanto o norte-americano Nathan Adrian, o campeão olímpico de 2012, ficou-se pelo bronze. Pelo meio, o belga Pieter Timmers ficou com a prata. Sem César Cielo por quem torcer (o recordista do mundo falhou a qualificação para o Rio), o público brasileiro bem tentou puxar por Marcelo Chierighini, mas o velocista da casa ficou-se pelo último lugar da final.
As meias-finais dos 200m estilos colocaram lado a lado Michael Phelps e Ryan Lochte e, neste ensaio, foi a “Bala de Baltimore” que levou a melhor sobre o seu “velho” inimigo, que tem apenas este evento individual nos Jogos do Rio – ambos já conquistaram, no entanto, o ouro para os EUA nos 4x200m livres. Na mesma prova onde o português Alexis Santos ficou num excelente 12.º lugar, os dois norte-americanos foram os dois mais rápidos, com o brasileiro Thiago Pereira a mostrar-se como um candidato às medalhas.