Derrocada na praia Maria Luísa deixa aviso: perigo iminente nas praias algarvias

A história da instabilidade das arribas repete-se. “Por natureza, são instáveis, podem cair a qualquer momento, sem aviso prévio”, adverte a Agência Portuguesa do Ambiente. Trabalhos de remoção de areias prosseguem.

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Na praia Maria Luísa o desmoronamento aconteceu na passagem para a praia de Santa Eulália Filipe Farinha

A derrocada de arribas na praia Maria Luísa, em Albufeira, deste domingo, não fez vítimas, mas mostra que o perigo continua mesmo sobre a cabeça dos banhistas por quase toda a orla costeira do barlavento algarvio.

O desmoronamento deu-se à hora do almoço, no lado oposto àquele onde há sete anos morreram cinco pessoas soterradas.

Ao mesmo tempo que acontecia este incidente em Albufeira, na praia de Benagil, Lagoa, seis turistas holandeses (três adultos e três crianças), que tinham ido dar um passeio de barco, acabaram por ficar retidos no interior de uma gruta, devido à agitação marítima. O episódio acontece com alguma frequência, quando os marinheiros são inexperientes.

Inicialmente foi noticiado que teria sido um desmoronamento também, o que acabou por ser desmentido. O resgate, em segurança, foi efectuado através da estação do salva-vidas de Ferragudo.

Na praia Maria Luísa, as primeiras notícias divulgadas causaram algum alarme. O desmoronamento aconteceu na passagem para a praia de Santa Eulália, só possível quando a maré está baixa. Um cidadão irlandês garantia ter visto no local da derrocada, ao longe (a mais de um quilómetro de distância de onde se encontrava), quatro pessoas, duas das quais, disse, estariam a ler. A Protecção Civil, bombeiros, Autoridade Marítima e todas as outras entidades com jurisdição na área mobilizaram meios para uma operação de resgate que acabou por não ter o dramatismo que lhe foi impresso.

“Há testemunhas que viram a derrocada, e não estava ninguém nas imediações”, declarava, pouco depois, aos jornalistas, o capitão do Porto de Portimão, Santos Pereira, afastando a hipótese de existirem vítimas.

Por sua vez, o director regional da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), Sebastião Teixeira, aproveitou a ocasião para lembrar: “As arribas, por natureza, são instáveis — podem cair a qualquer momento, sem aviso prévio.”

Distância de segurança

No mesmo sentido, o comandante Santos Pereira apelou para que seja  “mantida a distância de segurança das falésias, que [corresponde a] uma vez e meia a altura da arriba”.

Do levantamento feito antes da época balnear, pela APA, de praias em “perigo iminente” de derrocada não fazia parte aquela zona.

A operação de prospecção sobre uma possível existência de vítimas da derrocada começou depois das 12h50, quando foi dado o alerta. Na altura, como a água não atingia a arriba, foi possível o recurso a uma  retroescavadora para remover as areias.

Passada uma hora, com a subida da maré, a máquina teve de se retirar. Os trabalhos foram retomados pelas 21 horas, com três máquinas de grande porte da Câmara de Albufeira que vão  remover os escombros.

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