"Foi um homem muito importante para mim. Eu considerava-o um segundo pai. Esteve sempre comigo nos bons e nos maus momentos. E nuns e noutros tratou-me sempre da mesma maneira. Fez de mim recordista mundial dos 10 mil metros

Ele foi um dos melhores treinadores do mundo. Tinha olho quando via alguém correr. Sabia detectar o talento.

Moniz Pereira acreditava que treinando mais, nós chegávamos lá, que os atletas portugueses podiam disputar as provas de igual para igual.

Ele foi o pioneiro da alta competição no atletismo. Deu um grande pontapé no estado de coisas quando fez a proposta ao Governo em 1975 de criar alta competição. Nós treinávamos de manhã, íamos ao emprego da uma às quatro e meia e treinávamos novamente no Sporting ao final da tarde.

Ele fez recordistas do mundo, campeões olímpicos e, sem dúvida, foi o melhor treinador do mundo.

Foi um homem à frente do seu tempo.

Usou um misto do treino neozelandês e inglês, adaptando-o porque nós não éramos profissionais.

Como pessoa era excelente, dócil. Sabia lidar com todos da mesma maneira. Nos estágios ou nas deslocações pela selecção, desde que houvesse um piano, ouvíamos os fados dele. Tocava algumas músicas em primeira mão para nós. E aquilo era um convívio extraordinário entre os atletas do Sporting e dos outros clubes."