"Número dois" do PS falhou votação de Correia de Campos

Ana Catarina Mendes explica que julgava que as urnas estariam abertas até mais tarde, mas diz apoiar o antigo ministro da Saúde socialista como candidato ao CES.

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A secretária-geral adjunta do PS, Ana Catarina Mendes, falhou a votação para os órgãos externos da Assembleia da República, entre os quais se encontrava como candidato à presidência do Conselho Económico e Social (CES) António Correia de Campos. O antigo ministro da Saúde dos governos de Sócrates, que foi o candidato acordado pelo PS e PSD, não conseguiu ser eleito, por lhe faltarem 41 votos.

A deputada, que é "número dois" de António Costa no PS e também a primeira vice-presidente da bancada parlamentar socialista, não foi votar, explica, por supor que as urnas estariam abertas até mais tarde. As urnas estiveram abertas entre as 10h e as 16h numa sala perto do plenário. Ana Catarina Mendes disse ter estado no plenário durante a manhã, mas deixou a votação para a tarde.

“Estive numa reunião entre as 15h e as 16h30 e pensei que as urnas só fechariam no final do plenário”, disse ao PÚBLICO, lamentando o seu próprio “lapso” que “espera não vir a acontecer de novo”. A deputada fez ainda questão de vincar que apoia a candidatura de Correia de Campos. “Lamento que não tenha sido eleito”, afirmou.

Apesar do acordo entre o PS e o PSD, necessário para se alcançar os dois terços de votos exigidos por lei, Correia de Campos não foi eleito para substituir Luís Filipe Pereira à frente do CES. O candidato teve 105 votos favoráveis, 93 brancos e 43 nulos, tendo, por isso, ficado aquém dos 147 necessários para a eleição.

Como o voto é secreto, os grupos parlamentares não conseguem apurar com precisão quem furou o acordo. O sucedido acentuou a crispação entre as bancadas do PS e do PSD.

Os restantes candidatos aos órgãos externos – Tribunal Constitucional, Conselho Superior da Magistratura  e Entidade Fiscalizadora do Segredo de Estado – conseguiram a maioria suficiente para serem eleitos. 

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