“Não se pode negar o carácter terrorista deste ataque”, diz Hollande

O Presidente francês fala em “monstruosidade” e prolonga estado de emergência até Outubro.

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Hollande discursa no Eliseu após ataque em Nice GEOFFROY VAN DER HASSELT/AFP

François Hollande voltou a dirigir-se ao país na sequência de um ataque mortífero. Na madrugada desta sexta-feira, depois de reunir-se com o gabinete de crise, em Paris, o Presidente francês sublinhou o “carácter terrorista” do atentado perpetrado em Nice, durante o fogo-de-artifício do Dia da Bastilha, matando pelo menos 77 pessoas.

“Não se pode negar o carácter terrorista deste ataque”, afirmou. Hollande carregou nas palavras e qualificou este acto como uma “monstruosidade”, uma “violência absoluta” cometida num dia simbólico para os franceses, o feriado nacional de 14 de Julho, “Dia da Liberdade”. Entre as vítimas mortais, há também crianças, enfatizou o Presidente.

Com o autor do ataque – que conduziu um camião contra uma multidão na Passeio dos Ingleses – ainda por identificar, Hollande disse que “fica claro que devemos fazer tudo para lutar contra o terrorismo”. “Ainda não sabemos se há cúmplices”, acrescentou – a imprensa francesa noticia que o autor, abatido no local, era um francês de origem tunisina. A polícia diz ter encontrado, dentro da viatura, documentos em nome de um cidadão franco-argelino, de 31 anos, residente em Nice, mas não confirmou se o condutor e autor deste ataque, que foi abatido, é o homem identificado nos documentos.

“A França está enlutada, perturbada, mas é forte, e será sempre mais forte do que os fanáticos”, atestou Hollande, depois de informar que o estado de emergência – decretado após os atentados terroristas de Paris, em Novembro do ano passado – se irá prolongar por mais três meses, até Outubro. A França “vai recorrer a todos os meios” para travar novos ataques.

Hollande fez ainda saber que, tendo debatido o assunto com os ministros da Defesa e do Interior, iria reforçar o nível de protecção no país, sobretudo no período estival. Para isso, apelou até à mobilização da reserva operacional do Exército “para ajudar a policiar a França”. O ataque também terá, no entanto, consequências no exterior: “Vamos reforçar ainda mais a nossa acção no Iraque e na Síria”.

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